Tio Bilia (Antonio Soares de Oliveira) foi um músico autodidata que nos “bailes da vida” aprendeu dedilhar os botões e puxar o fole da gaita de um jeito especial, por fim, o talento e características deste músico se fez referência para outros artistas regionalistas do Rio Grande do Sul.
Tio Bilia animava bailes no tempo em que não existia energia elétrica, quando somente o fole da gaita, o batuque do pandeiro e som das cordas do violão ditavam o ritmo das festas interioranas. Foi neste contexto que o acordeonista missioneiro traduziu a cultura regional nas melodias e ritmos da “gaita de oito baixos”.
Tio Bilia nasceu em 05 de agosto de 1906 e com 10 anos de idade já abria a gaita em festas familiares e de amigos. Com 18 anos foi servir na Guarnição Militar de São Miguel das Missões, e mais tarde, na década de 60, a música passou a ser sua principal atividade, resultando na gravação do seu primeiro L.P. Long Play, mais precisamente no ano de 1963.
A carreira musical durou 25 anos e, neste período, gravou 13 LPs e 111 músicas. Nasceu em Serra de Cima, na época, interior do município de Santo Ângelo (RS), hoje, pertencente à Entre-Ijuís. Tio Bilia difundiu estilos musicais considerados autênticos da Região Missioneira, dada as características próprias que desenvolveu quando tocava sua gaita de oito baixos em bailes e festas desta região, onde os chotes, vaneiras e um ritmo chamado Bugio ganharam características próprias, pois se adaptavam aos limites dos instrumentos e modo de vida das pessoas daquele tempo.
Tio Bilia extraia um som tão característico de sua gaita de oito baixos que influenciou músicos como Borguetti e grupos como os Serranos e Irmãos Bertusse. Tio Bilia Morreu em 1991, aos 85 anos. Oito anos depois, em 1999, foi inaugurado um monumento em concreto armado que homenageia e eterniza o nome e patrimônio imaterial de Tio Bilia. A estátua do Tio Bilia, como é chamado, foi planejada por Tadeu Martins e mede 6 metros de altura, e localiza-se no Bairro Pippi, na Av. Sagrada Família.
