O Projeto Coleta Mais Limpa permitirá que a associação Ecos do Verde amplie o trabalho de coleta de lixo reciclável no município de Santo Ângelo. Este trabalho já é realizado com a busca ativa em parte do comércio e em prestadores de serviços que geram maiores quantidades de lixo como papel, plásticos e metais. Mas a ideia é formatar um sistema que permita prestar o serviço, inclusive aos demais moradores.
O engenheiro ambiental que é coordenador do setor de saneamento básico ligado a secretaria do meio ambiente de Santo Ângelo, Maurício Setani, percebe que o projeto “Coleta Mais Limpa” é um encaminhamento relevante para qualificar a coleta seletiva no município de Santo Ângelo. Ele esclarece que atualmente o percentual de lixo que é reaproveitado, não chega a 10%, mas existe um potencial de reaproveitamento próximo dos 30%. Lembrando que, quanto maior o volume reaproveitado, menor será o custo de destinação geral do lixo.
Segundo dados da Secretaria do Meio Ambiente todos os meses a média de 1,500 toneladas de lixo são produzidas pela população (cada pessoa produz em média 700 gramas todos os dias em Santo Ângelo). Isso gera um custo mensal de recolhimento, transbordo e destinação próximo de R$ 450 mil. São R$ 267 mil de recolhimento mais R$ 181 mil para realizar o transbordo e a destinação final, todos os meses.
Como o Coleta mais limpa pode desonerar o contribuinte?
O recolhimento efetuado diretamente na fonte produtora dos resíduos, elimina problemas de contaminação do material que vai chegar mais limpo na sede da Ecos do Verde. A partir da operacionalização do projeto Coleta Mais Limpa, o contribuinte santo-angelense também pode fazer a sua parte ao separar de modo eficaz o lixo, potencializando o reaproveitado, deste modo, também será desonerado com a diminuição do custo de destinação do lixo urbano.
Os fornecedores de lixo
A ideia é ampliar os contratos e o número de fornecedores de lixo, até que a cooperativa tenha a capacidade de realizar toda a coleta de recicláveis, inclusive das residências. Mas este objetivo ainda demanda de capacitação técnica, estudo de viabilidade e campanhas de conscientização para que a população possa contribuir, pois, segundo Maurício Setani, um dos principais problemas da coleta seletiva está associado a separação, ou a falta de separação nas residências.
“Coleta Mais Limpa”
Mas um passo importante nesta direção foi dado. O projeto “Coleta Mais Limpa” permitiu captar recursos federais para a aquisição de dois caminhões, um trator, esteiras, esteira para triagem, prensas hidráulicas, 60 conjuntos de lixeiras, 15 conteiners com capacidade de mil litros, balança digital para uma tonelada, uniforme e equipamentos de proteção individual, além de outros, em regime de comodato, orçados em R$ 1.174.000,00.
Os recursos são oriundos do Ministério do Meio Ambiente do Governo Federal e integram o Projeto Coleta Mais Limpa, elaborado pela Secretaria do Meio Ambiente com a cooperação técnica do Ministério Público Estadual de Santo Ângelo (MP/RS).
Perspectiva de futuro
Em dezembro de 2020 foi aberta licitação para a coleta de ambos os lixos, seco e úmido, mas com a estruturação e o engajamento da Ecos do Verde, nos próximos anos, será possível a contratação desta associação para realizar a coleta seletiva do lixo reciclável (seco) em todas as residências, pelo menos este seria o ideal, tendo em vista o potencial da equipe e o desperdício que ocorre atualmente, pois a população ainda não conhece técnicas eficientes de separação e destinação do lixo doméstico.
Os recursos também devem ser usados para implantação de projeto de educação ambiental nas escolas e uma campanha de conscientização da população para a importância da coleta seletiva e da segregação adequada dos resíduos.