As filhas do Pai Noel

As irmãs Andreia e Michele tomam conta de duas oficinas mecânicas e uma loja de peças de automóveis, fazem diagnóstico de motores com equipamentos de precisão e comprovam...

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Andreia e Michele são as filhas de Eduardo Cichorski, conhecido como Pai Noel e resolveram investir o tempo e o talento na oficina da família, antes disso, se aventuraram em outras atividades, mas há 10 anos, fazem o diagnóstico dos problemas de motores, cuidam do estoque de peças, atendem os clientes e quando colocam a “mão na graxa”, os clientes masculinos ainda ficam desconfiados, afinal, neste ramo ainda não é comum a presença de mulheres.
O talento, o domínio do negócio de peças, bem como, o exercício da mecânica automotiva foi desenvolvido no convívio familiar, desde o berço, esta dupla já convivia entre as prateleiras de peças e sentia o cheiro da graxa. A oficina StylloCar está localizada no Bairro Pippi em Santo Ângelo e tem uma tradição de 45 anos, foi iniciada pelo popular “Pai Noel” que ao lado da esposa Shirley, construíram esta história de sucesso.
Além da administração da empresa, toda a demanda que envolve a parte eletrônica de injeção e demais componentes, é suprida por esta dupla de mulheres. Os carros têm, cada vez mais, tecnologia eletrônica embarcada e identificar os problemas, as falhas exige o auxílio da computação e de equipamentos especializados. O perfil feminino contribui com o setor e derruba barreiras. O resultado também é refletido no layout da mecânica e na organização do ambiente de trabalho.
Andreia formou-se em administração e chegou a trabalhar fora da cidade de Santo Ângelo, sua irmã Michele é formada em educação física, fato que revela que o futebol também foi uma paixão para estas mulheres, que desde adolescentes se acostumaram com as diferenças e os estereótipos criados em atividades como o futebol e a mecânica.
“Muitas vezes tenho que tranquilizar o cliente, digo que vou fazer o diagnóstico, mas quem vai executar o serviço é um mecânico”. Mas Andreia fala bem humorada e parece não se preocupar com o preconceito.
Michele explica que o uso de ferramentas adequadas ao serviço também auxiliam e “nisso o pai sempre nos ajudou, eu troco o pneu do meu carro, por exemplo, mas pra isso tu não precisa usar força bruta, subir encima da chave, posso usar uma chave com catraca automática e com alguns toques tiro o parafuso rapidinho”, disse a profissional ao falar de sua rotina com esta profissão.
“Percebemos o esforço do Pai e da Mãe para construir e manter este empreendimento, ao invés de trabalharmos para outras pessoas, assim que eles se aposentaram e precisaram de nós, resolvemos assumir a frente dos negócios”. A história das Filhas do Pai Noel mostra a força de vontade desta dupla que vence preconceitos, mas, além disso, reflete a questão da sucessão familiar nos negócios locais.

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