Carreata chama a atenção para a situação das escolas de educação infantil

Com cartazes e buzinas de alerta, balões pretos e amarelos automóveis percorreram as ruas centrais da cidade de Santo Ângelo. Pais, motoristas de ônibus escolares pediram o retorno...

1504 0

IMG_2790 (Copy)

Com cartazes e buzinas de alerta, balões pretos e amarelos automóveis percorreram as ruas centrais da cidade de Santo Ângelo. Pais, motoristas de ônibus escolares pediram o retorno das aulas presenciais nas escolas infantis.

A pandemia e o protocolo de “Bandeira Preta” que está em vigor no Rio Grande do Sul levou a suspensão do atendimento presencial no Fórum de Santo Ângelo. O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul disponibiliza informações de encaminhamento Uma carreata em prol da retomada das aulas presenciais na rede particular de ensino infantil foi realizada na manhã de terça-feira, dia 20, nas ruas centrais de Santo Ângelo. Uma das bandeiras levantadas na manifestação organizada por diretores de escolas infantis e pais de crianças, pede a inclusão dos professores nos grupos prioritários para a vacinação contra a covid-19 e a retomada das atividades para evitar o caos no sistema de educação infantil no estado do Rio Grande do Sul.

Diretores temem o colapso do sistema educativo com o fechamento de escolas da rede particular e a falta de capacidade da rede pública de absorver este público. “A cada dia perdido das aulas presenciais, são vários meses perdidos em conhecimento. Eu temo pelo caos geral da educação infantil. Não será para um ano, será um caos para uma década”, disse o representante da União das Escolas Infantis do Rio Grande do Sul, Tiago Lacorte.

Falou ainda que o povo gaúcho não pode ficar parado enumerando que é necessário priorizar saúde, segurança pública e educação. Pois a saúde e a segurança garantem o presente e a educação o futuro do Brasil.

Segundo Tiago, a carreata foi um movimento liderado pelos pais de alunos e esclarece que foi procurado por eles para ajudar na mobilização da carreata ocorrida na manhã de terça-feira, dia 20, entre as reivindicações está a imunização dos professores para o covid-19. Os diretores esperam que os profissionais da educação sejam incluídos, imediatamente, entre os grupos prioritários de vacinação. Para Lacorte, o sistema remoto, nas faixas etárias da escola infantil e ensino fundamental, é praticamente inviável para garantir o aproveitamento satisfatório de aprendizado.

Outro dado divulgado pela União das Escolas Infantis diz respeito ao possível fechamento de escolas nos próximos trinta dias, uma pesquisa realizada com cerca de 500 diretores de escolas particulares no Rio Grande do Sul detecta que, em 30 dias, muitas encerrarão suas atividades.

Hoje no estado são mais de 3200 escolas, exclusivamente focadas na educação infantil, algo que contabiliza 200 mil alunos e 70 mil profissionais envolvidos. “Em poucos dias vai acontecer um caos na educação”, disse Tiago, que teme que as crianças fiquem sem lugar para estudar, tendo em vista que o sistema público não tem capacidade de absorver todo este público.

No entanto, o tema é polêmico. Existem varias opiniões contrárias ao retorno e uma decisão judicial que determina o fechamento das escolas enquanto o protocolo indicar que o estado ou regiões estejam em bandeira preta.

Mateus socializa na praça

Mateus Wammes participou junto com a mãe Suelen Wammes de uma carreata em defesa da volta às aulas presenciais. Depois disso, acompanharam a entrega, ao prefeito Jacques Barbosa, de um documento com as reivindicações de pais e diretores de escolas infantis e pediram que interceda junto ao governador Eduardo Leite.

IMG_2842 (Copy)
Suelen e Mateus Wammes na Praça Pinheiro Machado em Santo Ângelo, RS. Foto: Marcos Demeneghi

Suelen relata que todos os seus familiares são de outras cidades e o único modo de socialização que o filho tem, é na escola. Acredita que, com os cuidados necessários, seja possível proteger as crianças e retornar às aulas.

O prefeito emitiu uma nota de esclarecimento, na qual justifica a ação de fechamento das escolas:

NOTA À POPULAÇÃO

“O Governo Municipal de Santo Ângelo reitera à população que é FAVORÁVEL ao retorno às aulas na rede pública de ensino, com a adoção de todas as medidas sanitárias de segurança, compreendendo como prioridade a preservação da vida.

Entretanto, para esclarecimento da população, o Governo Municipal observa que a definição não está ligada a simples ato governamental do Município ou do Estado, mas sim ao Poder Judiciário.

A juíza Cristina Luísa Marques da Silva, da 1ª Vara da Fazenda Pública do Foro Central da Comarca de Porto Alegre, determinou a suspensão das aulas presenciais nas escolas públicas e privadas do Estado do Rio Grande do Sul, enquanto vigente a decretação de Bandeira Preta pelo Sistema de Distanciamento Controlado, independentemente de eventual flexibilização de protocolos.

Ressalte-se que Estado e Municípios tentaram reverter a decisão judicial sem sucesso, sendo mantido nas instâncias superiores o entendimento da magistrada, de suspensão das aulas na rede pública de ensino.

A Secretaria Municipal de Educação de Santo Ângelo elaborou um planejamento baseado em rigorosos protocolos sanitários para garantir a segurança dos trabalhadores em educação e alunos.

Tão logo seja judicialmente garantida a possibilidade de volta às aulas, todos os detalhes do escalonamento dos dias presenciais e outras medidas serão divulgados”

Reportagem – Marcos Demeneghi

Neste artigo

Participe da conversa