“Cada homem é um mistério tanto para seus amigos como para seus inimigos, por isso os seus motivos são quase sempre indecifráveis…” Collins, M., escritor.
Há lugares, estados e luzes de um viver que nos cativam, para nunca mais podermos dizer “te esqueci”. Um dia você frouxa a cincha e desencilha seu pingo e, sem pronunciar uma só palavra, sela um nunca mais consigo mesmo. Nesse momento, instintivamente, sepultamos um pouco do que até ali fomos. Parece que com isso, queremos ser mais adultos, mais senhores de si.
No entanto, os anos dirão quando devemos recuar e juntar os pedaços que deixamos para trás. Então, como que das cinzas, haverá de ressurgir um novo ser, não de pedaços, mas purificado. Embora nunca, jamais, olvidemos as partículas que ficaram. Serão sempre reminiscências que comporão as notas de fundo da grande sinfonia que se faz ouvir na construção do ser homem-universal.
Ah, como gostaríamos de sentir a emanação permanente e confortadora irradiando do “Planalto”, como exemplo de decência e moralidade para todo ser vivente – racional ou não -, como um fator primacial e imorredouro de fraternidade e igualdade entre homens e mulheres. Então teríamos um clima de operosidade e alto astral, que inundaria a Pátria. E, em nenhum momento, teríamos a angústia de buscar, em meio às multidões, se há alguém feliz.
Triste é o fado nosso e de tantas outras comunidades, que não vêem e nem sentem irradiar de lá – do Poder – as ações e exemplos que tanto esperam. Em meio ao caos, a tanta indecência, haveremos de nos inculcar toda a culpa, pois somos o instrumento que leva à governança. No entanto, haveremos de convir que o “grande povo” vive sob a magia inefável da crença – a boa crença, sem maldade, isenta de erros. Tributada aos deuses e também ao semideus, que são os “doutores do poder” do nosso tempo.
Quando vemos monarquias, principados e regimes ditatoriais se derruírem pela ação reformadora do povo, pensamos aliviados que virá uma “boa nova” para tanta gente que se bateu em armas. Mas, sensatamente pensando, haveremos de concluir que “quem com ferro fere, com ferro será ferido”. Outro sanguinário chegará ao poder. E ele não foi guindado pelo dom do amor, mas pela dor. Então, se semeou com seus liderados dor, ceifará dor.
Não sei quando veremos, mas urge que o ser humano cresça como resultado de uma “revolução” consigo mesmo, que haverá de começar quando decidir “matar a ambição”, pois toda a ambição corrói a Justiça. Mas, para que isto aconteça, deverá sacrificar na pira do orgulho o desejo de conforto, pois este é a “cama” das vaidades.
Com essas virtudes, então teremos governantes para o eterno, como se musicassem para a alma, e a felicidade seria um clima para todos.