Escola da URI – O desafio de adaptar o sistema de ensino em cinco dias

As medidas de afastamento social são decretadas em 17 de março e cinco dias depois os 300 alunos da Escola da URI, campus de Santo Ângelo, já participam...

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Aluno da Escola da URI participa da aula remota síncrona - Foto Marcos Demeneghi
Aluno da Escola da URI participa da aula remota síncrona – Foto Marcos Demeneghi

O cancelamento das aulas presenciais devido a pandemia de covid-19 ocorreu em 17 de março e cinco dias depois, alunos da Escola da URI já estavam conectados pelas ferramentas do “Google for Education” com aulas remotas síncronas, ou seja, em tempo real. Neste tipo de aula os alunos têm a possibilidade de interagir, tirar dúvidas e dialogar com professores e colegas na mesma plataforma digital.

Mesmo com as incertezas do momento social, professores adaptam conteúdos e dão continuidade ao processo de ensino,  Cristiano Weber, diretor da escola da URI, conta detalhes do protagonismo da instituição que foi uma das primeiras do Brasil a retomar as aulas mediadas pelas tecnologias digitais.

“Uma das decisões mais acertadas foi iniciarmos logo com as aulas remotas, familiares ficaram mais seguros e aos poucos nos adaptamos e extraímos o melhor das ferramentas de comunicação neste momento de pandemia. Não é possível comparar o presencial com o remoto, mas extraímos o melhor deste momento”.

Estrutura de acessos anteriores a pandemia

“Acredito que fomos uma das primeiras escolas do Brasil a darmos continuidade as aulas de modo remoto. Como estamos dentro de uma Universidade, cinco dias depois já iniciamos as aulas diárias seguindo o calendário presencial. Trabalhamos com alunos mais independentes, a partir do 6º ano, isso também facilitou o nosso processo de adaptação”, explicou Cristiano Weber, diretor da Escola.

No ano de 2017 a URI firmou uma parceria com a Google for Education e toda gama de softwares desenvolvidos pela companhia, inclusive o Google Meet, ferramenta que permite videochamadas de alta qualidade com até 250 pessoas, já estavam acessíveis e estruturadas na escola. No início de maio, a Google liberou o uso deste recurso de modo gratuito para toda a população, mas antes disso, a parceria com a URI já permitia o acesso dos alunos e professores da escola, antecipando o uso destas ferramentas, contribuindo para o pioneirismo da adaptação.

“Desde que a URI Fechou a parceria com a Google, os professores receberam treinamentos e já trabalhávamos alguns recursos nas aulas de informática” informou Cristiano. Portanto, professores e alunos já estavam habilitados a usar a G Suite for Education, na qual é possível integrar de modo mais eficiente aplicações web voltados para a educação.

goosite (Copy)

A Google for Education disponibiliza um conjunto de funções de fácil acesso quando integradas com Gmail, Google Meet, Classroom, Calendar, Drive, Docs, Forms, Slides, entre outros. Em resumo, o uso integrado destas aplicações para as finalidades específicas permite acompanhar todos os tipos de conteúdo de modo mais organizado e acessível, inclusive pelo celular.

Sistema de comunicação por grupo – Mesmo antes das medidas de afastamento social a Escola da URI já havia abolido as agendas escolares e os tradicionais bilhetes para os pais. Há mais de dois anos que a direção usa aplicativos de celulares para compartilhar informações sobre reuniões, uniforme, agenda de provas, falta de alunos, entre outras de interesse comum da turma.

Com a pandemia a escola oficializou os grupos criados para cada disciplina, ou seja, os grupos de compartilhamento entre alunos e professores foram padronizados, hoje contam com a participação de uma secretária, do diretor e vice-diretor da escola. “Os grupos são abertos a participação de todos. Cada turma tem 12 grupos todos contam com a inclusão do professor da disciplina, um secretário e a direção”, conclui o diretor.

A transição

A transição ocorreu de modo rápido, mas demandou treinamento e adaptação. O Diretor da Escola da URI, Cristiano Weber, explica que foram elaborados cursos em que a prática prevaleceu, os professores apresentavam as dúvidas e necessidades e a equipe de informática as possíveis soluções, dentro dos recursos disponíveis.

“Claro que os professores sentiram dificuldade, pois a metodologia muda”. Segundo o diretor o material didático de cada professor passou por adaptações. “Não foi fácil! Realizamos várias formações e neste processo o professor Toni Escobar, que ministra aulas de informática para o ensino fundamental e também trabalha no núcleo de tecnologia de Informação da URI, foi fundamental nos cursos e orientação para os professores. Além disso, o próprio diretor e vice-diretor são da área técnica e acompanharam todo o processo.

Resultados

Todo este processo, na opinião do Diretor, acelerou a formação dos professores para as tecnologias digitais. Embora sempre houvesse um apelo para a atualização, ainda havia muito a ser trilhado neste caminho.

“Acelerou o processo de formação para as ferramentas digitais e ocasionou o salto na qualificação profissional dos professores”.

Outros desafios

Existe um tipo de contato que a tecnologia não substitui. Nas aulas remotas a possibilidade de visualizar e perceber o estado emocional do aluno fica precarizada, também foge ao controle do professor as ações que envolvem o desenvolvimento das atividades de fixação propostas.

O acesso às tecnologias digitais ainda não é universal e foi necessário dar suporte para alguns professores e alunos que sentiram dificuldade em acessar os dispositivos de comunicação. Percebeu-se que tanto professores, quanto alunos ainda não tinham equipamento adequado para este tipo de acesso a tecnologia.

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