A história do órgão eletrônico da Catedral Angelopolitana

Na catedral Angelopolitana 23 tubos cilíndricos em bronze fixados no lado direito da igreja revelam a existência de um órgão eletrônico. Embora os tubos sejam semelhantes aos que...

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Na catedral Angelopolitana 23 tubos cilíndricos em bronze fixados no lado direito da igreja revelam a existência de um órgão eletrônico. Embora os tubos sejam semelhantes aos que fazem parte dos órgãos acústicos, é um recurso usado para emitir o som de sinos e se chama carrilhão.

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Qual a finalidade desta sequencia de tubos vista na Catedral Angelopolitana? Professor Olavo Neis é um dos poucos organistas ativos na Região Missioneira e conhece em detalhes o instrumento. Ele conta que o órgão eletrônico da catedral permite, por meio de impulsos elétricos, acionar aquela sequência de tubos para emitir a batida característica dos sinos na escala musical.

Foi o Professor Olavo que no ano de 1988 resolveu ir a Novo Hamburgo, até a loja do fabricante dos Órgãos Bohn, para adquirir o instrumento. Ele conta que naquele ano, estava decidido a adquirir um instrumento mais qualificado para compor o patrimônio musical da Catedral Angelopolitana, articulou com possíveis doadores (grupo de médicos da cidade), até que o instrumento foi exclusivamente patrocinado pelo Médico Dr. Loi Biacchi.

Professor Olavo Neis é natural de São Paulo das Missões, veio para Santo Ângelo em 1967, com 26 anos. Desde essa época assumiu como organista da Catedral Angelopolitana, além de fazer o som ambiente nas missas de domingo, acompanha o coral da igreja durante a celebração.

Professor Olavo percebe que esta atividade está em extinção “Hoje em dia, não há mais músicos interessados em dar sucessão à atividade de organista, poucas Igrejas no Rio Grande do Sul possuem este tipo de instrumento, parece que em nossa região geográfica, existe um único órgão de tubo que está localizado em Santa Rosa, no Mosteiro da Transfiguração” esclareceu o Professor.

Os órgãos de tubos eram uma das opções mais apropriadas para execução dos temas litúrgicos, pois antes da energia elétrica, somente instrumentos acústicos eram usados em orquestras e na execução das músicas ao vivo.

O organista aprendeu executar este tipo de instrumento durante o ensino fundamental e médio, esclarece que teve uma formação erudita em escolas da igreja Católica. Da 5ª a 8ª série no Colégio Champagnat (atual PUC) o ensino médio no Colégio Conceição de Passo Fundo, fez faculdade na UPF em Passo Fundo e pós graduação em New York. Durante sua formação foi estimulado a aprender, pelo menos, um instrumento, aprendeu vários e a música sempre fez parte da sua vida. Ganhou uma bolsa de estudos para estudar em New York onde aprimorou muito mais o sua audição ao assistir vários concertos musicais. Ganhou o gosto pelas viagens e, na Europa, fez amizade com vários músicos, quando também teve o prazer de tocar em órgão de tubos fantásticos.

Olavo também gosta de explicar como funcionam estes instrumentos que possuem pedais que cumprem a função de alternar as notas da escala musical, assim como o teclado do instrumento. O som acústico é produzido pelo ar que passa pelos tubos de diferentes diâmetros, comprimentos e aberturas, deste modo, as vibrações do ar produzem a nota musical desejada. Este tipo de instrumento usa um compressor de ar para o seu funcionamento.

Contudo lembramos que a catedral de Santo Ângelo nunca possuiu um órgão de tudo e os encontrados na igreja atualmente são uma parte integrante do órgão eletrônico, recebe o nome de carrilhão e emite o som de sinos tubulares.

Edição e reportagem: Marcos Demeneghi

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Professor Olavo Neis
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Professor Olavo
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