Município decreta Situação de Calamidade Pública

Segundo o executivo, a escassez de combustível com prejuízos aos serviços públicos essenciais, perdas econômicas e risco de desemprego motivaram a decisão do Governo Municipal

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Decreto calamidadeUma reunião com a equipe de Governo, coordenada pelo prefeito em Exercício, Bruno Hesse, decidiu por decretar Situação de Calamidade Pública em Santo Ângelo e instituir o Gabinete de Acompanhamento à Crise, em decorrência da crise impactada pelo movimento nacional de paralisação pela redução do preço do combustível com sérios reflexos econômicos para o município. Entre os motivos elencados pelo Governo Municipal, está o desabastecimento de combustível que compromete o funcionamento da máquina pública na prestação de serviços essenciais à população e as perdas econômicas nos diferentes setores produtivos.
Com a formalização do Decreto, alguns serviços públicos municipais foram parcialmente suspensos, com prioridade para o abastecimento de veículos usados em áreas essenciais, tais como ambulância, serviços de oncologia, hemodiálise e recolhimento do lixo doméstico.
Conforme levantamento das entidades ligadas ao setor primário e do Governo Municipal, a produção de leite e carne está entre as atividades que apresentam os maiores prejuízos, acumulados nos dez dias de paralisação, completados nesta quarta-feira, 30.
Em Santo Ângelo, as perdas da produção leiteira estão avaliadas em R$ 770 mil, provocadas pelo não recolhimento na propriedade rural. A indústria de carne local também sofre com mobilização, principalmente pela falta de combustível e de transporte dos animais, deixando de abater gado e suíno, oferecendo risco até mesmo para a manutenção de empregos. As agroindústrias familiares de farináceos e de embutidos se ressentem da falta de matéria-prima e reduziram drasticamente a produção.
“Somos contra o aumento abusivo dos combustíveis. A manifestação nacional dos caminhoneiros é um movimento legítimo, amparado pela Constituição Federal. No entanto, a paralisação está prejudicando de forma expressiva as atividades comerciais e industriais do município, inclusive estando na iminência de demissão em algumas empresas. E isso vai em direção contrária à nossa proposta de alavancar o desenvolvimento sócio e econômico de Santo Ângelo”, argumentou o prefeito em Exercício, Bruno Hesse.
Hesse afirma que as perdas econômicas causadas pela paralisação irão refletir sobremaneira na arrecadação do município que precisará de um período estimado de um ano para recuperar a receita e retomar os investimentos.

LEITURA DAS SECRETARIAS
Na reunião realizada na manhã desta quarta-feira, a equipe de governo traçou um panorama da situação das secretarias e departamentos do município relacionados aos problemas causados pela mobilização.
A Secretaria Municipal de Saúde suspendeu os exames eletivos por falta de insumos, medida que reflete na realização de cirurgias eletivas para beneficiários do Sistema Único de Saúde (SUS). O secretário Luís Carlos Cavalheiro também anunciou que os veículos da pasta, devido à escassez de combustível, estão realizando apenas transporte de pacientes em situação de urgência e emergência.
A Secretaria de Educação informou que não haverá aula na rede pública de ensino do município na próxima sexta-feira, explicando que a data consta no planejamento como dia não letivo no calendário escolar. O secretário Valdemir Roepke explica que alguns roteiros mais longos para o transporte de alunos do interior foram suspensos durante a semana por falta de combustível. Com a previsão de normalização do abastecimento de combustível nos posto de Santo Ângelo, o secretário afirma que está mantido o calendário escolar. Segundo Roepke, a preocupação agora passa a ser a merenda escolar. Ele explica que a paralisação provocou a suspensão da entrega de gêneros alimentícios no período o que pode atrasar a entrega dos alimentos para a rede pública.
Na Secretaria Municipal dos Transportes, segundo declaração do secretário João Terra, 80% das máquinas e veículos estão sem combustível e os serviços poderão ser suspensos nos próximos dias caso o abastecimento não volte à sua normalidade.
De acordo com o secretário do Meio Ambiente, Francisco da Silva Medeiros, em contato mantido com a empresa responsável pelo recolhimento do lixo doméstico em Santo Ângelo, o combustível em estoque permite que a coleta se mantenha normalmente até sábado, dia 02.

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