A Praça Pinheiro Machado une duas nações, a nação missioneira e a nação de colonos imigrantes vindos da Europa. Pois antes de ser a praça urbana como conhecemos, já era um espaço em que se realizavam atividades coletivas na redução de Santo Ângelo Custódio, conhecido como o último dos Sete Povos das Missões, fundado pelo padre espanhol Diogo Hasse.
Então, a praça, sempre foi a praça. Serviu, e, ainda serve, para a convivência coletiva dos moradores. Por este motivo, vamos encontrar nela, elementos que simbolizam duas histórias de ocupação de território, distintas.
A primeira delas lembra os povos indígenas que se integraram com padres espanhóis e constituíram uma nova cultura na Terra, a outra, o período de colonização, quando imigrantes europeus começaram a vir para o interior do Rio Grande do Sul, formando as cidades no modelo atual e do jeito que conhecemos atualmente.
O que conduz a esta conclusão é que a atual Catedral de Santo Ângelo foi construída no mesmo local onde já existia a antiga igreja da redução, Santo Ângelo Custódio, sabe-se ainda, que a arquitetura e organização predial das reduções seguiam um padrão. As reduções não diferiam muito entre si, deixava-se, em frente da igreja, um espaço para a realização de atividades coletivas. Deste modo, a nossa Praça Pinheiro Machado, também foi a “Praça Missioneira da Redução de Santo Ângelo Custódio”. Nas janelas arqueológicas cobertas com vidro, que podemos conferir nas imediações da atual praça, comprovamos a localização da antiga igreja.
TEMPOS MODERNOS
A urbanização, como conhecemos, pertence a cultura europeia, a aparência e tipo de organização da praça Pinheiro Machado se alicerçou ao longo destes 122 anos e foi registrada em documentos oficiais e matérias de Jornais. O nome “Pinheiro Machado” se refere a família do Bandeirante Antônio Gomes Pinheiro Machado que é um dos personagens que descreveu a visão da Catedral, quase escondida em meio da vegetação, anos depois que os padres e índios foram expulsos destas terras. O nome “Pinheiro Machado” foi oficialmente decretado no ano de 1897.
Este espaço público foi ganhando contornos, sendo urbanizado, arborizado, ornamentado e no ano de 2010 tematizado, ou seja, os elementos que compõem a praça, dos arcos ao piso, remetem a história anterior a da cidade de Santo Ângelo, resgata e valoriza a história dos 30 Povos Missioneiros, consequentemente a própria história de Santo Ângelo, promovendo “uma espécie” de reconciliação entre estes dois povos com histórias quase antagônicas. (interpretação nossa)
Este espaço de cerca de 15 mil metros quadrados, independente do período histórico, serve para a convivência coletiva e o encontro com a natureza. Segundo levantamento dos acadêmicos do Curso de Biologia da URI – Campus de Santo Ângelo, existem cerca de 40 espécies de plantas, entre elas árvores nativas e também ornamentais.
A história missioneira também está presente neste espaço. A última intervenção mais efetiva realizada foi no ano de 2010, justamente quando foram realizados estudos para ornamentar a praça com representações que promovem o resgate da história e a preservação do legado cultural dos povos de todos os tempos.
viviane
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