“Onde está o homem ousado que seria presumivelmente capaz de negar à vegetação e mesmo aos minerais uma consciência própria? Tudo que ele pode dizer é que essa consciência está além de sua compreensão.” Price, Colin – Prof. e Conferencista
É de se perguntar quem haverá de lembrar-se do seu estágio de vida intra-uterina, na condição de feto. Talvez alguns tenham lá vivido o seu primeiro momento de inferno astral e, mesmo despertando num papa-entulhos saturado de lixo, não tenham se apercebido do seu drama. Mas, mesmo que aparentemente inconscientes, podem tais seres perscrutar – na simbiose em que vivem – para além do cenário da dramaturgia que protagonizam e disso captarem a faculdade fugaz de alcançar a grandeza de entenderem o aparentemente ininteligível.
Vivemos um tempo em que não tínhamos consciência do tempo, mas isto não dá certeza a ninguém de que não tínhamos consciência disso, mesmo que aparentemente não manifesta. À medida que crescemos é de se presumir que gradativamente adquiramos a plenitude da consciência de nós mesmos. E é tal conscientização da consciência que faz a grande diferença de cada um em relação aos seus iguais e, mais acentuadamente, em relação ao mundo que nos cerca.
De antemão é bom que saibamos que consciência nada – ou pouco – tem a ver com inteligência ou desenvoltura intelectual, que são manifestações ou comportamentos físicos do cérebro, como memória, atenção, intenção e introspecção.
Dito isto, necessário se faz que cheguemos a um divisor de concepções teóricas e admitamos a dualidade da mente, de que resulta uma dupla consciência; uma ditada pela mente superior, adstrita ao psiquismo; e outra – a mente inferior – resultante da atividade do cérebro.
Enquanto absorto na sua azáfama ou, vamos dizer assim, descontrole emocional, o ser humano interage levemente, em momentos especiais, com sua mente superior, pressentindo que sua grande missão não poderá resumir-se na “loucura de vida” que o faz um bruto, rude e cruel. Mas, enquanto não acontece o seu despertar, o humanóide vampiriza toda a cadeia da Comunidade Terra. E, inconsciente e tragicamente vence ciclos de vida de forma nefanda a todos os reinos da natureza.
Se todas as espécies trazem como lume de vida sua preservação, por que agimos assim, desrespeitando esse princípio universal? Quando despertaremos nossa consciência de respeito e amor ao próximo – não só o humano – todo ser vivo, ali, lá, acolá, terrivelmente acuado pela espécie dominante, que se diz “Filha de Deus”. Oh, meu Deus, o que é isso afinal? Quando, onde e como pararemos?