Sábado – 19/02/2011

O homem e o cósmico“Se precisar de um amigo, conte comigo//Pra te ajudar// Se precisar de um parceiro, sou companheiro//Vamos lutar”. Chagas, Juarez de O., poeta, pensador, musicista,...

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O homem e o cósmico
“Se precisar de um amigo, conte comigo//Pra te ajudar// Se precisar de um parceiro, sou companheiro//Vamos lutar”. Chagas, Juarez de O., poeta, pensador, musicista, compositor, soldado gaúcho/missioneiro.
Se pudéssemos, na sensibilidade apurada do hoje, reviver aquele momento dramático em que somos expulsos da nave-mãe para aportarmos não sei como e onde, certamente teríamos um choque ou sofreríamos uma comoção terrível, senão fatal. Na nossa realidade pessoal, sofremos uma espoliação, ou desventura, pois em nossa bagagem emocional ou anímica trazemos, latentes, muitas estórias sobre este “mundo cão”. Então, não é sem terror que aqui chegamos.
A Terra é mãe dadivosa, mas é povoada de animais das mais diversas espécies, uns dóceis, outros hostis, e é o que faz a diferença. Por isso, à medida que adentramos na selva social, vamo-nos acercando de certo receio e cautela, e, não sem medo, avançamos. No entanto, parece-nos que uns andam para frente e outros para trás. E isto é o que diferencia os homens e as mulheres, uns dos outros. Nos nossos círculos sociais e familiares, desde o tempo de primário até nossa profissionalização, vamos abrindo e fechando círculos de relacionamentos, uns em retração, outros em expansão.
É de se notar que, pelo mote que nos tange ao desempenho das mais diversas atividades, formamos círculos por vezes radicalmente diferenciados, na cultura, nos hábitos, na crença e na própria origem étnica. E isso é o que nos enriquece e nos leva a reconsiderar, com respeito e um profundo sentimento de lhaneza, cada ser humano. Agora, avançados em dias no tempo, parece-nos que nada mais teremos em frente que possa nos abalar. Mas é de se considerar, em qualquer altura da nossa estrutura psicossomática, a suscetibilidade do ser orgânico, pela sua condição humana extremamente vulnerável.
Pela sabedoria dos antigos transcrita nos compêndios de doutrinas religiosas, sabemos que, pela vida afora, não somaremos mais amigos que os dedos de uma mão. Mas a tendência das civilizações é evoluírem, e muito do que foi escrito nos séculos passados, já não serve de parâmetro de comportamento para os dias atuais, por isso queremos crer que, em muitos círculos, firmamos laços sinceros de amizade, pelo respeito e consideração mútuos. E, quando um relacionamento desses se rompe pela efemeridade da vida, lamentamos com muito pesar.
Ao largo da vida vamos descobrindo que cada ser é especial e, quando lamentamos a partida de um e outro do nosso convívio, na verdade consideramos os valores que perdemos e o muito que deixaremos de somar em nossas vidas por essas ausências. Lá na “Jaula do Universitário” – redil de ideais comunitários – haverá sempre um sentimento doído de saudade dos CCLL Alcides e Chagas que, ainda precocemente, nos deixaram. Cremos que o Guardião dos umbrais celestes os conduzirá com segurança ao aconchego do Pai Celestial e que isto sirva de consolo aos seus familiares que choram suas ausências.

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