O português nosso de cada dia
Cássio Fragildo escreveu “A Cidade é de Todos” no Correio do Povo no dia 16 deste mês. O primeiro período do primeiro parágrafo do artigo em foco é este: “Atenta a uma realidade que exige forte atuação para melhorias do nosso espaço urbano, a Prefeitura de Porto Alegre assume, e busca despertar, uma nova consciência segundo a qual apenas em conjunto – poder público e sociedade civil – poderemos garanti-las.”
O período está bem escrito? Está. Está correto até mesmo nos sinais de pontuação. Mas e a expressão “Prefeitura de Porto Alegre” não deveria ser “Prefeitura Municipal de Porto Alegre”? Não. Dizer e escrever “municipal” para a Prefeitura de Porto Alegre, como para qualquer outra prefeitura, é dizer e escrever um pleonasmo vicioso. Pleonasmo significa repetição de palavra ou de palavras. Vicioso significa errado. Pleonasmo vicioso quer dizer repetição errada, desnecessária, inútil. Pleonasmo vicioso é repetição que fere o português culto – que o joga no lixo.
E qual é a razão de não se usar apalavra “municipal” ao lado da palavra “prefeitura”? Esta: prefeitura só existe no município. Não existe, pois, prefeitura estadual nem prefeitura federal. Daqui em diante, não usemos mais, em parte alguma, também nas rádios e jornais, a palavra “municipal” ao lado da palavra “prefeitura”. Usemos tão somente a palavra “prefeitura”. Exemplos corretos: Prefeitura de Santo Ângelo, Prefeitura de Entre-Ijuís, Prefeitura de Eugênio de Castro, Prefeitura de Colônia Vitória, Prefeitura de São Miguel das Missões, Prefeitura de Caibaté, Prefeitura de Sete de Setembro, Prefeitura de Guarani das Missões, Prefeitura de Cerro Largo…
Tampouco usemos a expressão “prefeito municipal”. Basta a palavra “prefeito”. Um exemplo correto: Prefeito de Santo Ângelo. Motivo? Não existe “prefeito estadual” nem “prefeito federal”. Só existe “prefeito municipal”. Entendidos?