As estruturas tensionadas metálicas que compõe a sede social do Clube Gaúcho, também chamado de Palácio Metálico, exibem o formato de uma estrela de 16 pontas. Cada uma destas dobras triangulares possui 22 metros de comprimento, compondo assim, os raios desta obra circular. O formato e o material metálico que compõe esta edificação é tão original que faz parte da identidade do município de Santo Ângelo e se tornou uma referência visual para os moradores e visitantes.
Pode ser considerada uma obra prima da engenharia dos anos 60, não só pelo formato que é semelhante a uma estrela, mas pela metodologia construtiva que permite a sustentação da estrutura sem que sejam necessários pilares no centro do salão principal do clube, onde já ocorreram milhares de eventos, shows internacionais, nacionais, bailes e as mais tradicionais festas da cidade. Afinal, esta estrutura foi inaugurada no ano de 1967 e o clube possui mais de um século de existência, 118 anos.
Neste tipo de edificação a própria cobertura é o elemento principal e permanece sob constante estado de tracionamento, em termos técnicos “a tenso-estrutura tem no tecido que a forma, a intrínseca capacidade de resistência aos esforços externos”, por este motivo, a obra em andamento, é tão emblemática nesta empreitada de reformas que ocorrem no Clube Gaúcho, pois toda a edificação está em torno deste grande salão onde ocorrem os eventos e a sua estrutura constitui o elemento principal da obra.
A construção da atual sede, que é chamada pelos associados de “Palácio Metálico” foi encomendada ao engenheiro José Carlos Rousselet e ao arquiteto Léo Rockembach na gestão do presidente Dr. Luiz Loureiro Kruel. Em documento alusivo ao centenário do clube, redigido em 2002, é possível obter o relato de que o primeiro baile realizado no salão principal desta edificação, ocorreu no ano de 1967.
A manutenção do patrimônio
José Vilmar dos Anjos é o construtor que desde o mês de agosto de 2019 realiza a obra de reforma da cobertura e pretende finalizar ainda no mês de dezembro (2020). José dos Anjos afirma que no ano de 1975, quando tinha 11 anos, participou juntamente com Sr. Estanislau Matuszewki , Armindo Bredoso e seu pai, João Pedro dos Anjos, de uma obra semelhante de manutenção da cobertura metálica, depois disso, ele recorda que foram feitas apenas pequenos consertos. José dos anjos também revela detalhes da técnica de fixação destas placas, ele disse que entre as treliças metálicas e a placa de aluzinco são fixadas placas de compensado naval, depois disso parafusos auto vedantes fazem o arremate final. A estrutura antiga usada eucatex e placas de alumínio.
A antiga cobertura já apresentava infiltrações e no ano de 2019, a obra de reforma foi iniciada na gestão de Luís Alberto Voese (gestão 2016/2020). Será concluída na gestão, da primeira mulher presidente do clube, a Sr. Marilise Lacroix Voese. O casal relata que ao assumirem a gestão do clube, já estabeleceram como prioridade a realização desta obra.
“Acredito que temos a obrigação, de no mínimo, manter o patrimônio deixado pelos nossos antepassados”. Afirma Voese ao falar da necessidade de manter o patrimônio. Marilise destaca ainda, que neste período de pandemia, a diretoria aproveita para realizar reformas estruturantes, o interior do salão social foi todo pintado, o assoalho lixado e protegido, o masculino foi ampliado. No pátio externo um novo projeto de iluminação e ajardinamento está sendo finalizado.
Voese lembra que as obras também complementam o projeto de reformulação da fachada realizada na gestão anterior do presidente, Luís Carlos Cavalheiro. Na opinião de Voese e da atual presidente, Marilise, despois que foram modernizados o hall de entrada e a fachada da sede social do clube, se tornou ainda mais urgente restaurar a cobertura e concluir a qualificação de todo o patrimônio, tendo em vista, a valorização da memória e legado deixado pelos sócios presidentes anteriores.
Texto e edição | Marcos Demeneghi
André Mendes
Muito interessante a matéria/documentário. Parabéns a todos do JOM que sempre buscam o diferencial no conteúdo e nas reportagens.
Eduardo
Uma pena que a antiga sede precisou ser demolida, era uma edificacao eclética imponente, provavelmente a edificação mais imponente de Santo Ângelo. Porém a atual deve ser preservada, na capital das missões o passado não tem valor… a cada dia o passado vira cinzas literalmente.