Luana pode ser a primeira brasileira com Síndrome de Down a colar grau em Fisioterapia

Luana Dallacorte Rolim de Moura formou-se em Fisioterapia, ela apresentou o Trabalho de Conclusão do Curso com tema inovador e demonstrou foco nos futuros pacientes. Conheça a história...

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Luana Dallacorte Rolim de Moura - Foto Marcos Demeneghi
Luana Dallacorte Rolim de Moura – Foto Marcos Demeneghi

“Escolhi a fisioterapia porque amo as crianças e idosos, me identifico muito com cadeirantes, pessoas com síndromes, autistas e percebo que tenho a missão de tratar a saúde de todas as pessoas de uma maneira global”. Disse Luana Dallacorte de Moura, uma jovem de 24 anos com Síndrome de Down que se formou em fisioterapia pela Faculdade CNEC Santo Ângelo-RS, na noite de ontem.

Ao contar sobre os seus planos e a futura relação com seus pacientes, Luana revela que pretende manter um diálogo específico e coerente com a família das pessoas especiais, instaurar uma comunicação sem tabus na hora fazer um diagnóstico ou propor um tratamento. “Não tenho nenhum preconceito de falar” completou ela ao revelar sua percepção particular da área em que pretende atuar.
“Meu trabalho de conclusão de curso focou no tratamento dos meus futuros pacientes” afirmou Luana ao explicar como foi seu TCC. Ela já visualiza uma área específica de atuação e se aprofundou na teoria e prática da “Gameterapia” aplicada na área da fisioterapia. O tema do TCC foi considerado inovador: “O tratamento de gameterapia nos portadores de paralisia cerebral”.
Para esta jovem, as pessoas com dificuldade de locomoção também precisam realizar mudanças de paradigmas mentais, ela considera fundamental aliar o treinamento cerebral com ferramentas como os games, ela entende que os pacientes demonstram limitações impostas pelo medo, “um cadeirante, por exemplo, pode sentir medo de caminhar”, no seu entendimento é possível aliar o treinamento cerebral através dos games para potencializar o processo das terapias físicas.

Superação pessoal

Luana Dallacorte Rolim de Moura (1) (Copy)Luana disse que passou por altos e baixos nestes quatro anos de formação, muitos momentos exigiram que ela se superasse e foi necessária uma dose extra de dedicação pessoal, tendo em vista os limites impostos pela síndrome. “Meu objetivo era passar com dignidade. Sou exigente comigo mesma e, de um modo geral, não olho para os meus limites. Meu pai é testemunha, fechava a porta do meu quarto para estudar”, completou a jovem ao falar do esforço que fez para concluir o curso.
Luana diz que a família é a âncora. Usa esta metáfora para falar do porto seguro que seu pai e sua mãe representam. Ela se emociona ao falar da inspiração que encontra na mãe. “Sou uma vencedora igual a minha mãe. Sigo de cabeça erguida e não tive medo”.
Luana afirma que tem um coração Cenecista, percebe a instituição que lhe acolheu, a Faculdade CNEC de Santo Ângelo-RS, como uma casa em que iniciou uma nova vida, onde conquistou amigos eternos.
Os funcionários, ela compara com irmãos e considera os professores, seus mestres, que lhe ensinaram várias coisas da vida, comparou estes profissionais da educação com verdadeiros pais e mães.
Luana pode ser a primeira brasileira com Síndrome  de Down a se formar na área em todo o Brasil. A Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down afirma que não tem conhecimento de outra pessoa com a síndrome que tenha se formado em fisioterapia. O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – Crefito/RS informou que não faz estatísticas que registrem este tipo de informação e não soube confirmar o caráter de ineditismo, mas também não tem conhecimento de caso semelhante.

 

 

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5 comentários

  1. Glau Responder

    Parabéns para a Luana e a todos que a apoiaram neste caminho! Minha sobrinha e afilhada Bianca Dias Tagliacozzo, assim como a Luana, também está se graduando este ano em EDUCAÇÃO FÍSICA, aos 22 anos e sabemos como são guerreiras estas meninas que transpõem preconceitos e barreiras, mas conquistam seu espaço com muito brilhantismo.

  2. Janete Simoni Domingues Responder

    Luana, você é muito mais do que vencedora usada por Deus para incentivar outras pessoas com a Síndrome e seus familiares.
    Inclusive a mim , pois tenho uma filha de 14 anos com a SD ela se chama Aline.
    Sempre que os desafios aparecerem vou ver o seu vídeo como uma referencia de vitória nesta caminhada.
    Deus te abençoe sempre.
    Bjs.
    Janete

  3. Denise Hastenreiter Bittar Responder

    É a própria bênção essa princesa!
    Quem me dera poder ser cuidada por ela!
    Deve ser maravilhoso …
    Arrebentou Luana!

  4. Adri Ferreira Responder

    Voce levaria um parente idoso para se tratar com uma pessoa assim?!

  5. Adri Ferreira Responder

    Culpa da inseguranca dos pais dela. Ou querendo ajudar, estrapolaram