A lousa de Dona Herondina Bittencourt Rosenthal

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Helmut Cramer Rosenthal conta de um cotidiano antigo, pertencente a sua mãe, Herondina Bittencourt Rosenthal, para aprender a ler, escrever e realizar contas usava uma lousa, objeto feito de pedra ardósia e lápis do mesmo material. A lousa fazia parte do dia-a-dia dos estudantes da primeira metade do século XX. Helmut explica sobre o objeto, após a realização das tarefas escolares, o professor conferia o conteúdo e depois já era possível apagar.

 

Nada de papel os alunos escreviam em suas lousas, cuja superfície era de “ardósia, uma rocha sílico-argilosa formada pela transformação da argila sob grande pressão e temperatura, endurecida em finas lamelas”.

A ardósia foi muito usada para a confecção de quadros negros, até que surgiram outros materiais mais adequados para elaborar superfícies onde se escrevia com giz. Hoje as escolas optam pelos quadros brancos geralmente feitos de laminado melamínico, onde é possível usar um marcador confeccionado com pigmentos dissolvidos em solvente orgânicos, com propriedades que permitem a fácil remoção.

Helmut conserva um museu, onde reúne peças familiares, outras doadas por amigos e também adquiridas por ele. Os objetos ganharam um local específico para serem guardados, bem como, expostos para a comunidade.

No início deste ano (2014), Rosenthal inaugurou o Deutsche Museum, localizado em frente a URI e revela uma paixão que vem desde os tempos de escola, o gosto pela história, sua matéria preferida.

Na visão de Rosenthal, objetos antigos despertam a curiosidade, principalmente pela utilidade que tinham no passado, os usos revelam peculiaridades de um tempo diferente, mostram como viviam os nossos antepassados. Com este propósito ele coleciona raridades e objetos comuns pertencentes as gerações passadas. Ele percebe que as pessoas, de um modo geral, não valorizam peças que podem promover o resgate cultural e acabam abandonados em “ferros velhos”.

Em 2013, em parceria com Antonio Carlos Rousselet, Helmut Bittencourt Rosenthal lançou um livro intitulado “Imigrantes Alemães e Italianos – Repressão e Tortura na Era Vargas.

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