Quanto tempo um paciente tem paciência de esperar?

Desde que foi diagnosticada com colelitíase Michele iniciou um processo para realizar uma cirurgia pelo SUS – Sistema Único de Saúde e, finalmente, depois de um ano na...

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Michele Nardes
Michele Nardes

Michele Nardes descobriu que tem pedra na vesícula quando passou mal e fez uma ecografia em fevereiro de 2015. Desde que foi diagnosticada com colelitíase iniciou um processo para realizar uma cirurgia pelo SUS – Sistema Único de Saúde e, finalmente, depois de um ano na fila de espera foi encaminhada para realizar a cirurgia. No entanto, no mês de maio deste ano, depois de realizar todos os exames pré-operatórios o profissional que lhe atendeu disse que não havia vagas no hospital e a cirurgia necessária para acabar com seus problemas de saúde ainda não foi realizada.
Michele é uma jovem senhora, casada e tem duas filhas. Para garantir o conforto da família mantinha dois empregos, um deles teve que abandonar, porque, quando menos espera sente náuseas, vômito e a única saída é o repouso. Três meses já se passaram, desde que ganhou autorização do médico para a baixa hospitalar e realizar a cirurgia, mas continua sem saber o que fazer, pois acredita que não há vagas no hospital para recebe-la. Michele continua tomando remédios diariamente, tem crises que chegam sem avisar e ainda não fez a cirurgia.
A desesperança provocada pela demora também afeta a família que depende do sistema público de saúde para restabelecer a rotina de vida. Visto que, uma cirurgia deste tipo, realizada de modo particular custa bem mais de R$ 5 mil. A história desta jovem senhora é semelhante a centenas de casos na região e demonstra que, mesmo sendo atendida, diagnosticada e tendo um hospital de referência para atendê-la, não consegue resolver o problema revelando um problema sistêmico que só poderá ser resolvido “um olhar mais humano para os cidadãos que dependem dos serviços públicos”.

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