Seis meses sem o Brique da Praça em Santo Ângelo

O Brique da Praça faz a maior pausa em sua história de 28 anos, já são 27 domingos sem a realização deste evento semanal que foi temporariamente cancelado...

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Brique da Praça - Foto de arquivo | Marcos Demeneghi
Brique da Praça – Foto de arquivo | Marcos Demeneghi

O Brique da Praça faz a maior pausa em sua história de 28 anos, já são 27 domingos sem a realização deste evento semanal que foi temporariamente cancelado por conta das medidas de afastamento social adotadas para conter a pandemia do novo coronavírus (covid-19). Decorridos seis meses, a diretoria do Brique pretende estabelecer diálogo com o poder público de Santo Ângelo, formular regras e estratégias para um retorno seguro.

A última edição do Brique da Praça foi realizada no dia 15 de março, Dalmir Ledur é o atual presidente da associação e acompanha a trajetória do evento desde que foi criado. Ele afirma que o Brique só parou em dias de muita chuva ou quando os desfiles coincidiam com o horário de realização, “mesmo no tempo em que a praça passou por reformulações nós continuamos a realizar o evento, mudamos para aquele espaço em frente ao Teatro Antônio Sepp” esclareceu Ledur ao recordar a história do Brique da Praça.

Ledur relata que estão todos muito atentos a possibilidade de voltar a realizar o Brique, basta que o poder público estabeleça regras e autorize a retomada, mas este retorno ainda não tem data.

“Assim que houver uma liberação estamos prontos para começar. Só não é possível afirmar quando”. Ledur também cita medidas necessárias para um possível retorno. “Primeiramente distanciamento entre as bancas, talvez ocupar a Marechal Floriano, queremos também que bancas do setor de alimentação possam voltar, por este motivo vamos dialogar com o chefe da vigilância sanitária para acertar os detalhes. Temos que adotar todo um protocolo de higiene com os banheiros públicos, além disso, o público que assiste aos shows deverá manter o distanciamento na arquibancada. Quando o Brique retornar aos domingos santo-angelenses queremos a ajuda do poder público na fiscalização das medidas de distanciamento, porque estamos em um lugar público, aberto, sem poder de controle”, afirma Ledur ao esclarecer sobre os protocolos de segurança em saúde.

Clara Emília Hochegger é coordenadora de eventos, divulgação e secretária do Brique da Praça, protagoniza esta história desde 1991 e resume o significado desta pausa que ficará marcada na memória de associados, diretoria e população de Santo Ângelo. Confira:
Brique da Praça e orquestra ARS - Borroca (154) (Copy)Depoimento de Clara Emília sobre a pausa do “Brique”

“Em novembro deste ano, 2020, o Brique da Praça comemorará 29 anos de atuação, apesar de hoje, já não mais podermos dizer de ‘ininterrupta atuação’. Lembro-me que, no ano de 1996, o conjunto do Brique, teve que deixar a Praça Ricardo Leônidas Ribas, popular ‘Praça do Brique’, por oito meses, pela reforma que foi feita, repaginando a Praça, tendo em vista o evento Brique, que vinha em franca consolidação, pois, foi instalado em 10 de novembro de 1991, pela lei municipal 1414/91. Após passar por várias dificuldades, no início da reforma, com valas abertas, o Brique mudou-se para o Largo Leverdogil de Freitas, em frente ao Teatro Municipal Antônio Sepp, permanecendo ativo, na ocasião.

Entretanto, neste momento do flagelo que assolou, por completo, toda humanidade, a perplexidade toma conta de todos os nossos expositores, colaboradores e frequentadores, e em especial da direção do Brique. Saber que tudo parou depois da edição de 15 de março do corrente ano é um fato com o qual é difícil de lidar. Ver o recinto da Praça com aparelhos de interdição, sem o burburinho do domingo, com todas as interações que o Evento exige e proporciona é no mínimo conflitivo.

É uma experiência, acredito, única para a nossa geração e que ficará nos anais da história de cada um da Entidade. Como dirigente junto com os demais integrantes, sabemos da serenidade com que todos estão enfrentando esta estranha situação. Nossos sócios são empreendedores que mantiveram e mantêm suas relações de comercialização com seus clientes em seu entorno, usando, também, as formas de atendimento das plataformas digitais. Cada membro da diretoria foi e é um elo com os expositores, através de informações disponíveis em nossos documentos, com acesso, especialmente ao cadastro.

Tenho a certeza que voltaremos fortalecidos, para o primeiro abraço fraternal, embora no primeiro momento tenhamos as dificuldades materiais com os protocolos restritivos do pleno funcionamento. Não fugiremos às regras determinadas pela Vigilância Sanitária, bem como às vivências de todos os empreendedores que estão sofrendo com este impacto global.

Clara Emília Hochegger – Coordenadora de Eventos, Divulgação e Secretária

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