Sábado- 25/06/2011

“O mundo criado pela totalidade é um mundo incrivelmente interessante de pessoas vivas, árvores vivas, água viva, rochas vivas, nuvens vivas, estrelas vivas. É um mundo de extrema...

983 0

“O mundo criado pela totalidade é um mundo incrivelmente interessante de pessoas vivas, árvores vivas, água viva, rochas vivas, nuvens vivas, estrelas vivas. É um mundo de extrema beleza. É um mundo no qual é muito fácil viver, se lhe permitirmos vir até nós em seus próprios termos.” Hagen S., escritor

Houve um tempo em que tínhamos o universo nas mãos. Então, éramos felizes e não perquiríamos sobre nada, pois a magia de cada momento nos bastava. As vidas dos nossos pais se confundiam com as nossas e o tudo deles também. Mas o tempo nos despertou dessa letargia, então descobrimos o quanto nos faltava, ou que não tínhamos nada. Isso predominava nas gerações até os anos da década de sessenta.
Então, no nosso grupo, podíamos distinguir os mais, ou menos, desprovidos de recursos. No entanto, as aparências nem sempre expressavam a realidade de cada um. Principalmente na fronteira onde os hábitos e costumes eram mais rudes, e, até bem pouco, era orgulho para uma moça quando era  “roubada”, para depois então se casar.
Cedo saímos desse mundo, mas levamos conosco a essência do viver e proceder de um povo em determinada região. Entendemos hoje, que aquelas pessoas, seus pertences – aperos e feitos – se harmonizavam com o seu mundo, sua história e tradição. Nada daquele aparato de hoje, a natureza falava mais alto. Parece que, quando tudo estava pronto, o vento ciciava aos ouvidos do mancebo, e lá ia ele buscar sua rapariga.
À medida que avançamos no processo da construção do ser, devemos fazê-lo de forma consciente, então a crença vai cedendo espaço a uma realidade constatada. Vivenciada. E isso constrói um novo ser. Feito sobre atos e fatos e, por isso, mais próximo do equilíbrio. Ou, vamos dizer, do todo de que somos parte. E isto nos leva, irremediavelmente, a admitir que a “percepção da realidade acontece através do ver (vivenciar), não do conceituar.”
Não fosse assim, quanta coisa deixaria de ter acontecido e o nosso mundo de hoje fatalmente estaria preso, ainda, a velhos conceitos formulados em um tempo que se julgava estável em termos de idealística. Indubitavelmente nossas necessidades de hoje são mais apuradas que a dos nossos antepassados. E isto pela simples razão de promovermos uma busca aprimorada pelo intelecto.
No entanto, quando as coisas tendem a romper com os elos que nos ligam à harmonia do contexto, necessário se faz que repensemos nossas ações, buscando frear nossa tendência ao mais e mais sem interagir com nosso meio de forma harmônica na busca ou manutenção da paz. Pois esta é, cabendo-nos apenas e tão somente sintonizá-la. Então seremos completos. Integrais. E, sem sombra dúvida, felizes.

Neste artigo

Participe da conversa