Protocolos de segurança adotados com pacientes acometidos por síndromes respiratórias geram desconfiança da população e a exposição de documentos emitidos pelo Hospital Santo Ângelo nas redes sociais induz a interpretações equivocadas
Denúncia de alteração da declaração de óbito do Sr. Pedro Jorge Natalício Rodrigues, emitida na última quarta-feira, dia 17, gera polêmica nas redes sociais em Santo Ângelo. A exposição dos documentos foi feita por uma sobrinha do falecido e induz a interpretações equivocadas de que o Hospital ou o município de Santo Ângelo estaria sendo beneficiado ao internar ou declarar óbito por covid-19.
O provedor do Hospital afirma que nem a entidade, nem mesmo o município de Santo Ângelo recebem a mais por declarar ou não a morte pela doença, pelo contrário, isso confere um status ao município que prejudica o andamento de toda a sociedade. “Pensar que o hospital recebe para declarar a morte por Covid-19 peca pelo absurdo! Nos não ganhamos nada!” Disse o provedor do Hospital Santo Ângelo Odorico Bessa Almeida, além disso, ele argumenta que o governo federal jamais incentivaria com verba pública a declaração de mortes por COVID-19.
O médico infectologista que assinou a declaração de óbito do paciente afirma que segue o protocolo padrão do Ministério da Saúde, o qual recomenda uma série de cuidados para pacientes que tenham sintomas semelhantes ao do covid-19. Ele explica que todo paciente que entra no hospital com problemas pulmonares será internado na ala destinada para este fim, no caso de óbito sem um exame conclusivo, vai constar na declaração a suspeita de covid-19. O profissional alerta que segue uma medida de segurança, pois será responsabilizado criminalmente, caso haja uma contaminação por falta de informação.
Argumentos da postagem
Centenas de comentários e compartilhamentos evolvem esta postagem, na qual os familiares alegam que não puderam realizar o funeral tradicional. Na declaração de óbito deste morador do Bairro Kurtz consta que ele foi diagnosticado com síndrome respiratória aguda grave, suspeito de covid-19. No entanto a família divulga o resultado de um teste rápido em que ele não era reagente.
Uma sobrinha do falecido afirma que a declaração teria sido rasgada e emitida uma segunda, no entanto não houve a anulação e nem mesmo a emissão de outra, pois as duas imagens dos documentos divulgados mostram o mesmo número sequencial, provando que se trata do mesmo documento.
Dada a imprecisão do teste rápido, foi acrescentado o termo suspeito de covid-19, pois não há, ou não havia, a resposta do exame laboratorial realizada no LACEM. Neste caso, o protocolo indica que não deve ser realizado o funeral tradicional, pelo menos o médico que assina o óbito, não assumirá o risco do contágio.