Santo Ângelo participa do projeto piloto “Cidades Digitais”, ainda no ano de 2012 foi selecionado pelo Ministério das Comunicações para receber a doação de uma infraestrutura de acesso a internet por fibra óptica capaz de ligar órgãos públicos e melhorar o atendimento à população. Somente 80 cidades foram contempladas em todo o Brasil, e um dos critérios da escolha, foi à proximidade à rede da Eletrobras, empresa estatal de telecomunicações. O projeto ainda está em andamento no município, no entanto, o anel de fibra óptica já está estruturado no perímetro urbano e possui uma extensão de quase 29 km (28.963 metros).
Quando for iluminada, a rede vai colocar em prática o “Santo Ângelo Digital”, maior projeto contemplado na primeira fase pelo Ministério das Comunicações, pois possui 30 (PAG) pontos de acesso localizados em órgãos públicos e 4 (PAP) pontos de acesso Wi-Fi disponíveis em locais de grande circulação para acesso livre da população. O programa “Santo Ângelo Digital” foi regulamentado pela lei municipal número 3.663, promulgada no dia 27 de dezembro de 2012.
Objetivos e Potencialidades
O projeto do Ministério das Comunicações tem o objetivo de modernizar a gestão, ampliar o acesso aos serviços públicos, promover a inclusão digital dos cidadãos, bem como o desenvolvimento das cidades por meio da tecnologia. A rede de fibra óptica que compõe o “Santo Ângelo Digital” tem a capacidade de ligar todos os computadores da administração pública municipal e demais autorizados a navegar na rede, de modo instantâneo. Conforme explica o Coordenador do Núcleo de Tecnologia da Informação da URI – Universidade Regional Integrada campus Santo Ângelo, Miguel Ângelo Fernandes, a fibra óptica quando comparada a um par metálico, normalmente usado na conexão doméstica ADSL, é 3 mil vezes mais eficiente. Uma rede de fibra óptica nos parâmetros do Santo Ângelo Digital é o sonho de muitos administradores de redes no mundo.
Na prática
Para que a população venha a se beneficiar de modo direto será necessária uma série de medidas como: utilizar aplicativos de governo eletrônico na prefeitura, nas áreas financeira, tributária, de saúde e educação. Os servidores devem participar de capacitação para uso e gestão da rede. Contudo, o uso livre e gratuito em espaços públicos de grande circulação, como praças e parques será um dos benefícios instantâneos sentidos pela comunidade. Conforme estipula o projeto, terá acesso Wi-Fi na Praça Pinheiro Machado, Ricardo Leônidas Ribas, Parque de Exposições Sigfried Ritter e no Parque Poli-Esportivo Assis Brasil Ramos Escobar (antigo campo do Tamoio).
Confira todos os PAGs do projeto:
Secretarias, algumas escolas municipais, Câmara de Vereadores e centro administrativo estão entre os pontos com acesso ao anel óptico e capacidade de comunicação instantânea por meio de vídeo, som, texto e imagem.
1. Departamento Municipal de Trânsito
2. Centro Administrativo Siegfried Ritter
3. Posto de Saúde Subuski
4. DEMAN – Dep. de Meio Ambiente
5. CRAS Missões
6. Museu Olavo Machado
7. Centro Administrativo (Prefeitura)
8. Câmara de Vereadores
9. Procuradoria Geral do Município
10. Secretaria de Obras
11. EMEI Sônia Nascimento Vieira
11. Posto de Saúde São Carlos
12. EMF Liberato S.V. da Cunha
13. Secretaria de Transporte e Agric. Pesq.
14. Secretaria Municipal de Educação
15. E.M. Margarida Pardelhas
16. UPA Unidade de Atendimento
17. Secretaria de Saúde PSF e Centro de Apoio
18. Secretaria de Cultura e Turismo
19. Jardim de Infância Bem-me-quer
20. Praça Leônidas Ribas
21. Departamento de Esporte
22. Posto de Saúde 22 de março
23. Sec. Mun. de Assistência Social e de Habitação
24. Centro de Atenção Psicossocial
25. Posto da Polícia Militar Zona Norte
26. Posto da Polícia Militar Zona Norte
27. EMEI Mathilde Ribas Martins
28. Posto de Saúde Dido
29. EMEF Sagrada Família
30. EMEF Marcelino Champagnat
A opinião de quem conhece
O proprietário da Open Tecnologia, José Eduardo Machado da Veiga, trabalhou na elaboração do projeto que levou Santo Ângelo a ser contemplando junto ao Ministério das Comunicações, o empresário alerta para a subutilização da rede, visto que, a fibra óptica tem um alto potencial de comunicação. Ele afirma que, entre outras atribuições, a estrutura pode melhorar a qualidade da prestação dos serviços públicos, permitindo acesso privilegiado entre os departamentos e mesmo assim, o anel óptico vai dispor de capacidade excedente.
Miguel Ângelo acrescenta que uma rede de fibra óptica, além de ser três mil vezes mais eficiente que uma rede estabelecida a partir de um par metálico, tem manutenção baixíssima, ou seja, capacidade de operar por muito tempo em excelentes condições. Para os especialistas na área de comunicação e internet, o fato de Santo Ângelo participar deste projeto, ajudou a romper barreiras quanto ao processo de implantação de redes e operadoras de internet na cidade. Santo Ângelo conta com uma segunda Grande operadora nacional de internet que é a Eletrobras, a subestação de Santo Ângelo foi preparada para fornecer a iluminação das fibras no atacado a preços menores que os praticados por outras operadoras, segundo Miguel Ângelo este fato já é suficiente para baratear os custos da internet no atacado, procedimento que ele já constatou na prática pela instituição a qual ele representa.
O gestor de negócios da San Internet, Edgar Meotti, explica que Santo Ângelo passa a ser uma referência regional em tecnologia da comunicação, tem o potencial de se tornar um pólo capaz de abrigar força de trabalho e empresas interessadas em instalar suas bases de dados em Santo Ângelo. Conforme esclarece Meotti, três fatores principais fornecem segurança para os investidores na área da tecnologia da informação, energia elétrica confiável, pessoas e capacitadas logística de telecomunicação.
Em resumo, o gestor destaca que a cidade está pronta para receber novos projetos, tanto na esfera pública, quanto privada, pois a rede de fibra óptica presente na região,(neste caso, não fala só do anel óptico da cidade digital, mas também, da parceria entre Telebras e Procergs que passam a operar com venda de internet no atacado), oferece oportunidades de negócios para os empresários do ramo, e ao mesmo tempo, faz frente as operadoras privadas que dominam o mercado local e gaúcho, deste modo, abre perspectivas de negócios. Santo Ângelo passa a ter vocação para se tornar um pólo regional no ramo da tecnologia da informação.
O Diretor de Tecnologia da Informação e Comunicação da Prefeitura, José Fioravante Scheneider esclarece que os computadores de qualquer secretaria podem fazer acessos aos bancos de dados da prefeitura de modo instantâneo em qualquer um dos 30 locais onde possui os PAGs. Para usufruir deste potencial podem ser criadas rotinas de atendimento ao público de modo descentralizado, como por exemplo, emissão de carnes de IPTU, consultas a dívidas e outros serviços disponíveis no centro administrativo, mas tal procedimento, só é possível se a administração contar com pessoas treinadas e ferramentas em qualquer um dos 30 pontos de acesso.
Schneider afirmou que faz parte dos planos da prefeitura realizar uma parceria público/privada para a exploração do potencial da rede, visto que, o anel óptico instalado tem capacidade superior a demanda da prefeitura, neste sentido, será elaborado um plano para se estabelecer o comércio no varejo da banda excedente, na prática, as pessoas poderiam comprar o serviço de operadoras, que em troca, fariam a manutenção dos PAGs para a prefeitura. A estrutura que levaria internet para as residências seriam estendidas a partir dos 30 PAGs que constam no projeto Santo Ângelo Digital.
Participar do projeto “Cidades Digitais” não significa que a população será diretamente beneficiada com acesso a internet em suas residências. Por outro lado, é possível afirmar que indiretamente todos passam a usufruir da estrutura montada, desde que, as organizações públicas tenham projetos, aplicativos, pessoas e equipamentos para gerenciamento de rede e efetiva utilização do potencial comunicativo que a fibra óptica proporciona.
Segunda fase do projeto
Em 2013, o Cidades Digitais foi incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, nesta segunda fase, selecionou 262 municípios com população de até 50 mil habitantes. No rio grande do Sul foram mais 10 cidades. O projeto conta, entre outros, com a parceria do Ministério do Planejamento, da Telebras, do Inmetro e do BNDES.
Cidades gaúchas contempladas na segunda fase do projeto “Cidades Digitais”:
Caçapava do Sul
Canela
Cerro Grande do Sul
Fontoura Xavier
Igrejinha
Itaqui
Rio Pardo
Rolante
Rosário do Sul
São José do Norte.