Pinheiro Machado: A praça que é a guardiã de nossa história

Na série Praças da Cidade continuamos o resgate da história da Praça Pinheiro Machado, elaboramos uma linha do tempo para recordar o processo de transformação deste espaço público...

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Na série “Praças da Cidade”, continuamos o resgate da história da Praça Pinheiro Machado, elaboramos uma linha do tempo para recordar o processo de transformação deste espaço público ao longo dos anos. Além disso, um breve resumo sobre a história dos jacarés e de uma curiosa inscrição conservada em um dos passeios internos da praça.

 

JÁ NASCERAM OS NETOS DO CASAL DE JACARÉS DA PRAÇA PINHEIRO MACHADO

Jacaré da Praça Pinheiro Machado/Foto:Paulo Leal
Jacaré da Praça Pinheiro Machado/Foto:Paulo Leal

Durante mais de 40 anos um casal de jacarés morou na Praça Pinheiro Machado e a convivência da comunidade com estes animais, fez história. O casal foi removido do lago da Praça no dia 29 de julho de 2006 e encaminhado para o Mantenedouro de Fauna São Bráz, em Santa Maria. A fêmea tinha 1m57com e o macho 1m18com. No ano de 2006, quando a remoção foi realizada, o lago continha 49 tartarugas e vários peixes.
Segundo Santos Bráz, diretor do Mantenedouro São Bráz de Santa Maria, o casal de jacarés-de-papo-amarelo teve filhos e há cerca de dois anos, netos. No entanto, devido a idade avançada que possuíam, o velho casal de jacarés já morreu, mas deixou seus descendentes que atualmente estão no Mantenedouro em Santa Maria.
Existem relatos de que o primeiro jacaré foi pescado no rio Itacurubi e deixado no lago da praça. O segundo jacaré, conforme relatos de um já falecido servidor público, Tancredo de Amaral, foi trazido ainda filhote por uma criança que pediu cinquenta cruzeiros pelo animal, que teria sido adquirido e posto no lago, formando o casal que fez história na cidade.
A ação de retirada foi feita, segundo informações publicadas na imprensa da época, para que a reforma dos lagos pudesse ser realizada, afirmando ainda que os animais voltariam para a praça, exceto as tartarugas. Porém, os jacarés nunca mais voltaram.

QUE DATA É ESTA?

Praça Pinheiro Machado (19) (Copy)

Um dos caminhos internos da Praça Pinheiro Machado conserva o registro de uma obra que ocorreu no ano de 1932. O número que pode ser observado na foto é um fragmento da frase que pode ser lida por completa pelo visitante ao caminhar pela calçada do lado leste da praça, onde se lê: “Executado pelo Dr. J. C. Medaglia na Administração de Dr. Ulysses Rodrigues / 1932”.
Esta inscrição em pedras irregulares fazem referência a uma das obras que interferiram no traçado interno da praça. Nas reformas seguintes este trecho foi mantido, dada a referência histórica que proporciona aos visitantes.

LINHA DO TEMPO

Século XVIII – Praça da Redução Jesuítica de Santo Ângelo Custódio
1897- Um decreto político confere o nome de Praça Pinheiro Machado aquele espaço público. (Decreto 6 de 11 agosto de 1897. Artigo 3º)
1915 – Pedras Grês demarcam a área da praça e também é feito o plantio de árvores de modo mais planejado. (Nesta época o espaço servia de acampamento para carreteiros)
1917 – O calçamento das sarjetas foi concluído no ano de 1917, determinada pelo intendente da época, Álvaro Silveira.
1925 – Foram realizadas as primeiras obras de ajardinamento, porém de modo incompleto.
1932 – Reformulação executada pelo engenheiro José Carlos Medaglia – Gestão do Prefeito Ulysses Rodrigues. Foi neste ano que a praça ganhou calçamento de concreto nas faces norte e um novo traçado que serviu de base para as futuras reformas.
1934 – A praça ganha lajes de concreto nos passeios públicos das faces, sul e oeste, bem como a substituição de árvores e término do ajardinamento e iluminação.
1948 – Completado o calçamento nas faces sul e leste.
1963 – Criação da fonte e do lago, novo projeto de ajardinamento e a implantação do largo cívico. (Administração de Odão Felippe Pippi)
1968 – O lago já era habitado por jacarés.
1996 – Reforma dos lagos, retirada do muro, colocação de grades no entorno do lago para evitar a fuga dos jacarés e criação do conceito de museu a céu aberto, no qual as pedras que pertenceram à antiga redução foram expostas na praça.
2006 – O casal de Jacarés foi removido para o Mantenedouro de Fauna São Bráz em Santa Maria para que o lago fosse reformado. (29/07/2006)
2006/2007 – Criação do Museu a Céu Aberto da Redução Jesuítico-Guarani de Santo Ângelo Custódio, alusivo às comemorações dos 300 anos da redução (Janelas arqueológicas).
2006 e 2008 – Tadeu Martins executa o projeto de revitalização da Praça Pinheiro Machado com representações que promovem o resgate histórico das Missões Jesuíticas.
2010 – Conclusão da obra e inauguração da praça tematizada, com novo piso que lembra o padrão de calçamentos encontrados nos povoados missioneiros, erguidos os arcos dos trinta Povos Missioneiros, entre os arcos e a ponte do lago foi desenhado no piso em granito uma representação da Rosa dos Ventos. Depois do tradicional lago, com os dois chafarizes, a esquerda, foi construída uma estrutura que sustenta um sino em bronze com inscrições na língua guarani, nesta mesma direção existe a representação de uma fonte (com simbologia de purificação), na qual a água jorrava de uma pedra grês, (que não está ativa atualmente).

Praça em 1950 depois de consolidada a primeira grande reforma iniciada em 1932. Na década de 50 o calçamento de todas as faces (norte, sul, leste e oeste) já estava concluído/Arquivo Municipal
Praça em 1950 depois de consolidada a primeira grande reforma iniciada em 1932. Na década de 50 o calçamento de todas as faces (norte, sul, leste e oeste) já estava concluído/Arquivo Municipal
Jacaré-de-papo-amarelo que viveu por quatro décadas na Praça Pinheiro Machado. No ano de 2006, foi levado para o Mantenedouro de Fauna São Bráz em Santa Maria /Foto Paulo Leal
Jacaré-de-papo-amarelo que viveu por quatro décadas na Praça Pinheiro Machado. No ano de 2006, foi levado para o Mantenedouro de Fauna São Bráz em Santa Maria /Foto Paulo Leal
Praça fotografada do alto de uma escada magiro, registro feito pelo santo-angelense Paulo Leal
Praça fotografada do alto de uma escada magiro, registro feito pelo santo-angelense Paulo Leal
Sino de Bonze com inscrição na Língua Guarani
Sino de Bonze com inscrição na Língua Guarani
Vista atual da Praça registrada pelas lentes de Guilherme Rocha
Vista atual da Praça registrada pelas lentes de Guilherme Rocha
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1 comentário

  1. André Martins Paes de Oliveira Responder

    Será que Sylvia Massari tem medo de morrer?