A cascata do Itaquarinchim e suas histórias

A geografia de Santo Ângelo revela, no Bairro Kurtz, uma das mais belas paisagens naturais da cidade, a cascata do Itaquarinchim. Neste lugar a família Funghetto protagonizou uma...

4296 1

A geografia de Santo Ângelo revela, no Bairro Kurtz, uma das mais belas paisagens naturais da cidade, a cascata do Itaquarinchim. Neste lugar a família Funghetto protagonizou uma história única que tem relação com a utilização do potencial hídrico das quedas d’água.  Este fato recorda as nostálgicas e antigas rodas d’água e as turbinas, mecanismos utilizados para gerar energia, principalmente pelo relevo e disponibilidade hídrica que caracteriza esta região do Rio Grande do Sul.

Foto - Marcos Demeneghi // Cascata do Itaquarinchim
Foto – Marcos Demeneghi // Cascata do Itaquarinchim

Mas a relação da cascata com as rodas d’água e as turbinas não é direta, pois estes mecanismos eram alimentados por um desvio criado artificialmente para um local mais controlado onde a queda pudesse gerar a energia. Quem passa pela ponte do Arroio neste local vai observar uma formação que era utilizada para desviar o rio. Alessandeo Funghetto relembra os dias que passava monitorando a grade por onde a água passava. Ele conta que era necessário retirar toneladas de lixo diariamente para garantir o fluxo da água, principalmente em dias de chuva era necessário fazer um plantão para garantir o sistema.

São as características geográficas que combinam disponibilidade natural de água e desníveis de terreno que inspiraram as gerações mais antigas a utilizarem a força da água para movimentar engrenagens e formatar indústrias, como os moinhos de grãos. As rodas d’água, por exemplo, ainda são capazes de nos encantar com um mecanismo simples e eficiente tocado pelas quedas d’água.

Quase sempre, uma parte da água do rio era direcionada para um canal, popularmente chamado de “valo”, a certa distância da roda, este canal continuava, mesmo que o terreno apresentasse forte desnível e o curso da água era sustentado por uma bica d’água, uma espécie de caixote de madeira suspenso que permitia criar espaço para a instalação da roda d’água.

Valdemar da Silva Mello mora há 30 anos próximo da Cascata do Itaquarinchim e conta que há cerca de cinco anos havia mais visitação, ele lembra que chegavam ônibus com estudantes para realizarem visitação. Ainda é possível encontrar resquícios do antigo sistema de moagem no meio do mato.

José Otávio está construindo uma casa e, do seu lote, consegue visualizar quem passa na ponte. Ele considera um lugar muito bonito, no entanto, lamenta a quantidade de lixo acumulado, ele narra que já presenciou pessoas que passam de carro e jogam lixo da ponte no rio, além daqueles que são jogados em outros lugares.

 

Itaquarinchim (91) (Copy)

Neste artigo

Participe da conversa

1 comentário

  1. Jorge R. Borges Responder

    Conheço esse Rio há mais de 60 anos.
    Nós anos 60, era muito castigado pelo lixo e detritos industriais ( achei que tinha melhorado).
    Gente, temos nos concientizar e respeitar esse Rio.
    Olhem o exemplo do Rio Pinheiros em São Paulo!