Georradar é usado para identificar estruturas do período jesuítico

Pesquisadores da UFRS e Unisinos utilizam Georradar no cetro histórico de Santo Ângelo. O objetivo é identificar locais com potencial de escavações arqueológicas que referenciam o período jesuítico/guarani....

722 0

Pesquisadores da UFRS e Unisinos utilizam Georradar no cetro histórico de Santo Ângelo. O objetivo é identificar locais com potencial de escavações arqueológicas que referenciam o período jesuítico/guarani. O trabalho foi iniciado na terça-feira, dia 17, nas imediações da Praça Pinheiro Machado e segue até sexta-feira, dia 20, com a análise em locais dos sítios de São João Batista e São Lourenço das Missões.

Pesquisadores usam o georradar na Rua Marques do Herval
Pesquisadores usam o georradar na Rua Marques do Herval

Com o equipamento de georradar (GPR) é possível obter informações espaciais do subsolo e investigar ou detectar objetos e estruturas sem a necessidade de escavação. A ideia é realizar o mapeamento de estruturas que compuseram as edificações das antigas reduções jesuíticas e que ainda permanecem soterradas. Caso sejam identificadas evidências suficientes, podem ser iniciadas escavações para formar novas janelas arqueológicas, a exemplo do que já existe com as bases da primeira igreja da Redução de Santo Ângelo. Os locais de verificação foram escolhidos a partir de uma análise que teve como base os estudos anteriormente realizados pelo Núcleo de Arqueologia de Santo Ângelo e novos dados mapeados pelo estudioso do assunto, o Engenheiro Álvaro Theisen, que fez o convite a Eduardo Guimarães Barbosa, que é doutor em Geociências pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e uma referência nacional neste assunto.

O pesquisador aceitou o convite e veio acompanhado de outros quatro Geólogos e professores da Unisinos, José oliveira; Adriane Silveira, Márcio Cardoso Júnior, para comprovar as hipóteses de localização de edificações jesuíticas.

O trabalho realizado no centro histórico contou com o acompanhamento do Arqueólogo do Narq – Núcleo de Arqueologia de Santo Ângelo, Cristiano De Jesus. Durante os trabalhos preliminares realizados na manhã de terça-feira, dia 17, Eduardo Guimarães Barbosa adiantou que é pouco provável identificar importantes estruturas nesta região de Santo Ângelo, tendo em vista que a cidade está em processo avançado de urbanização. No entanto, o radar identificou algumas formações, que serão analisadas cruzando os dados com outras informações e poderão servir de base para escavações arqueológicas em busca de evidências destes vestígios.

O grupo de pesquisadores seguiu na tarde de ontem (17) para São João Batista e posteriormente farão mais uma análise com esse equipamento no sítio arqueológico de São Lourenço Mártir. Locais com maior potencial de investigação e escavações, pois estima-se que a maior parte do patrimônio destes locais ainda está soterrada.

O GPR (Georradar) utiliza ondas eletromagnéticas de alta frequência (de 50 a 1600 MHz), com capacidade de adquirir grande quantidade de informação num tempo reduzido. Este sistema gera imagens do subsolo utilizando como fonte transmissora uma antena eletromagnética que emite um sinal a uma frequência fixa que pode penetrar sedimentos, rocha, gelo ou outros tipos de materiais naturais ou artificiais.

Nessa semana viemos fazer alguns testes pontuais para identificar o potencial, caso a gente consiga um resultado promissor, futuramente será possível realizar parcerias com os Municípios Missioneiros, IFHAN e as Universidades para um projeto maior, disse o professor Eduardo Guimarões Barbosa. Segundo Álvaro Theisen é a prospecção de potencial e a ideia é identificar qual a posição da redução de Santo Ângelo e ampliar as janelas do museu a céu aberto.

GPR (2) (Copy) GPR (3) (Copy)

Neste artigo

Participe da conversa