Indígenas de São Valério do Sul acampam em Santo Ângelo

Indígena Kaingang acampado em Santo Ângelo fala sobre a cultura de sair da reserva durante o período que antecede pascoa e natal e conta sobre a divisão de...

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Indígena Kaingang acampado em Santo Ângelo fala sobre a cultura de sair da reserva durante o período que antecede a Páscoa e o Natal. Conta ainda sobre a divisão de seu povo por conta de ideologias sociais e políticas

Erlon Ribeiro Pires junto a produção inicial de casinhas decorativas de pássaros feitas de cipó
Erlon Ribeiro Pires junto a produção inicial de casinhas decorativas de pássaros feitas de cipó

Indígenas Kaingang da reserva Inhacorá, localizada no município de São Valério do Sul, tradicionalmente se deslocam por municípios como Santo Augusto, Ijuí, Catuípe, Santo Ângelo e São Luiz, onde colhem “macela” (Achyrocline satureioides), produzem ninhos de passarinho e cestos para venda junto a essas comunidades. Nesta semana cinco famílias estão acampadas em Santo Ângelo, realizam suas atividades para obterem renda e deste modo acesso a produtos industrializados.

O acampamento de Santo Ângelo fica em uma área entre os bairros Assistencial Braga e Neri Cavalheiro, onde ganham um apoio mínimo da administração municipal para a permanência, como material para montagem das barracas, banheiros químicos e pontos de água potável.

Indígenas kaingangs acampados em Santo Ângelo (3) (Copy)

Quem confirma as informações é Erlon Ribeiro Pires ele conta que a aldeia possui lideranças que organizam a saída das famílias em épocas específicas, como nos dias que antecedem a páscoa e outro na proximidade do natal.

Erlon Ribeiro acredita que na reserva Inhacorá morem cerca de 3000 mil famílias, no entanto, a literatura e dados de pesquisas apontam para, 1.207 habitantes e 330 famílias (dados da Revista do Departamento de Ciências Jurídicas e Sociais da Unijuí (2022). Erlon conta uma curiosidade e disse que o seu povo está dividido em dois grupos. A separação ocorreu por conta de questões políticas/ideológicas. Pois percebe que parte dos indígenas prefere uma vida mais próxima da conservação da natureza e manutenção dos costumes tradicionais e a outra parte é mais propensa a arrendamentos e negociações com a cultura em geral.

Erlon Ribeiro conta que na reserva seu grupo faz ações de reflorestamento com o plantio de árvores frutíferas, plantam milho, mandioca e outros alimentos para subsistência e também praticam a caça. Revelou que ainda é possível realizar a caça para a subsistência de suas famílias.

Eles possuem o hábito ou habilidade de produzir cestos de bambu, no entanto disse que já não encontram, em Santo Ângelo, esse material na natureza. Ele é usado para confeccionar o artesanato habitual. Por este motivo, estão trabalhando com cipó na confecção de casinhas que servem de ornamento ou abrigo de passarinho e na colheita e preparo do chá de macela.

Maurílio confecciona uma “casinha decorativa de bambu” material que ele encontra na encosta dos rios, em Santo Ângelo As crianças acompanham o deslocamento e as atividades e deste modo aprendem a cultura de seus pais No ano de 2021 Adelino, desta mesma reserva, esteve em Santo Ângelo e já relatou a escassez de matéria prima na encosta dos rios em Santo Ângelo. Falou sobre a dificuldade de confeccionar seus cestos. O mesmo motivo que está impedindo esse grupo de realizar o artesanato dos cestos. Em 2021 Adelino relatou que teve que pagar frete para buscar o o bambú em locais distantes. Neste ano, pelo menos os kaingangs acampados nesta semana, deixaram de produzir os cestos e somente fazem as casinhas decorativas de passarinho com cipó.
Maurílio confecciona uma “casinha decorativa de bambu” material que ele encontra na encosta dos rios, em Santo Ângelo
As crianças acompanham o deslocamento e as atividades e deste modo aprendem a cultura de seus pais
No ano de 2021 Adelino, desta mesma reserva, esteve em Santo Ângelo e já relatou a escassez de matéria prima na encosta dos rios em Santo Ângelo. Falou sobre a dificuldade de confeccionar seus cestos. O mesmo motivo que está impedindo esse grupo de realizar o artesanato dos cestos. Em 2021 Adelino relatou que teve que pagar frete para buscar o o bambu em locais distantes. Neste ano, pelo menos os kaingangs acampados nesta semana, deixaram de produzir os cestos e somente fazem as casinhas decorativas de passarinho com cipó.

Indígenas kaingangs acampados em Santo Ângelo (1) (Copy)

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