Nosso espaço, nossa história

Santo Ângelo comemora hoje 146 anos e nossa recente história é contada por peças de um quebra-cabeça. São textos, livros, achados arqueológicos dos povos missioneiros e indígenas, o...

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Foto:Guilherme Rocha
Foto:Guilherme Rocha

Vamos começar pelo nome da cidade, ele é inspirado nas ruínas do sétimo povoado missioneiro, Santo Ângelo Custódio. Um anjo, que simbolicamente cuidava de um povo indígena, nativos destas terras que aceitaram viver uma história com bases no cristianismo, ensinado por padres espanhóis, em especial, nesta redução, Padre Diogo Hasse. Então, o nome da cidade surgiu a partir dos restos arqueológicos encontrados em um lugar geográfico que foi palco de conflitos por território.
Atualmente Santo Ângelo é morada de militares, professores, produtores rurais, músicos, escriturários, empreendedores, trabalhadores, remanescentes indígenas, entre outras tantas pessoas que conferem a diversidade de origens e pensamentos, formações e crenças. Tudo isso desafia o convívio nesta cidade que hoje aniversaria.

Um quebra cabeças
Existem artigos e livros descrevendo que no apogeu de Santo Ângelo Custódio moravam aqui, cerca de 8 mil habitantes. As ruínas aqui encontradas indicam que os Jesuítas e os povos indígenas foram expulsos deste lugar.
A natureza deste espaço público, bem como os atos políticos e administrativos que envolvem o lugar, ajudam entender nossa essência e compromisso…
A história de Santo Ângelo, que hoje completa 146 anos é contada por fragmentos, são lembranças, são influências e até mesmo o “silêncio histórico” que “fala” por nós.
Portanto, esta história também está no nome da Praça da Matriz: Pinheiro Machado, nome de um dos primeiros a enxergar as ruínas da catedral de Santo Ângelo Custódio e descrever a cena histórica antes de chegarmos neste lugar.
O ato administrativo de nomear Santo Ângelo e também batizar a praça conta a história da nossa “atual casa”. A praça principal chama-se “Pinheiro Machado” é o sobrenome de um bandeirante, cujo filho também foi um influente Senador da República do Brasil.

A EMANCIPAÇÃO
A data que indica o aniversário da cidade tem relação com a emancipação de Cruz Alta em 22 de março de 1873, Santo Ângelo possuía um vasto território, ultrapassando os 10 mil km² de área. Hoje o território é muito menor, de quilômetros quadrados, passamos para a unidade de medida: metros quadrados.
Pois bem, nossa história também é contada por números, Santo Ângelo conta atualmente com um território de 680.498m² e neste espaço geográfico moram 77.620 pessoas (estimativa do IBGE de 2018). A Capital das Missões é referencia para vários municípios em temas como saúde, educação é sedes de órgãos públicos regionais.

A TRANSFORMAÇÃO URBANA
Mas o espaço territorial de Santo Ângelo nem sempre foi este, sucessões de atos políticos administrativos foram acumulando-se desde de 1857. O primeiro ato oficial, que temos notícia, segundo o IBGE, é sobre a constituição do distrito de Santo Ângelo pela Lei Provincial n.º 335, de 14-01-1857, e por Ato Municipal n.º 9, de 10-02-1901, este Distrito que já nomeava o lugar como Santo Ângelo estava subordinado aos municípios de Santa Cruz e São Borja.
Este espaço geográfico agora é o nosso território. Mas basta uma caminhada na Praça da Catedral para entrarmos em contato com mais fragmentos da história, eles se materializam na decoração e até no o formato da nova igreja.

Identidade cultural
“Capital das Missões” é como carinhosamente chamamos Santo Ângelo. No entanto, a simbologia deste nome transcende o território político e geográfico da cidade. Agrega irmãos de trinta povos ligados por raízes profundas e espraiados pelo Brasil, Uruguai, Paraguai, Argentina e Bolívia.

Identidade Política
Celebramos os 146 anos de um ato considerado oficial, um registro que confere identidade administrativa a Santo Ângelo. Um ato político que se consolida como referência para os moradores deste território, um instrumento que ajuda organizar sua estrutura no sistema republicano que rege o Brasil.

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