Fachada centenária do Hotel Brasil é derrubada

Na posse de uma liminar emitida por um desembargador estadual a fachada do prédio do Hotel Brasil veio ao chão na manhã de domingo, dia 1º de novembro,...

2524 0

Na posse de uma liminar emitida por um desembargador estadual a fachada do prédio do Hotel Brasil veio ao chão na manhã de domingo, dia 1º de novembro, sem comunicar a prefeitura municipal, o Epach e Compahc – Conselho Municipal do Patrimônio Arqueológico, Histórico e Cultural de Santo Ângelo, que já haviam dado parecer contrário à demolição

Escombros do Hotel Brasil localizado na Rua Marechal Floriano em Santo Ângelo - Foto: Marcos Demeneghi
Escombros do Hotel Brasil localizado na Rua Marechal Floriano em Santo Ângelo – Foto: Marcos Demeneghi

A fachada do Hotel Brasil foi demolida na manhã do último domingo, dia 1 de novembro. Os proprietários conseguiram uma liminar para efetuar a derrubada, alegando riscos aos pedestres da Rua Marechal Floriano. Esta edificação, considerada de interesse histórico no município, sofreu um incêndio na madrugada do dia 18 de janeiro de 2019 e um mandado de segurança emitido pelo Ministério Público Estadual evitou, durante um ano, a demolição da fachada deste prédio que completaria 100 anos no ano de 2020, pois foi edificado em 1920.

O Hotel Brasil, assim como outras 65 edificações da primeira metade do século XX em Santo Ângelo, faz parte de um inventário estabelecido com o objetivo de identificar e proteger a arquitetura histórica da cidade. Portanto, qualquer intervenção nestas edificações depende da consulta ao EPAHC – equipe do patrimônio histórico e cultural de Santo Ângelo e ao Conselho Municipal do Patrimônio Arqueológico, Histórico e Cultural de Santo Ângelo (Compahc), atualmente presidido por Thalis Garcia, que também é coordenadora do Núcleo de Arqueologia (NArq).

Thalis afirma que a edificação do Hotel Brasil estava classificada como GP3 neste inventário e, pelo menos, a fachada da edificação deveria ser preservada. Argumenta ainda que a lei 3998/2015 determina, entre outras questões, que a deterioração das edificações históricas não justificam a derrubada e que o Conselho Municipal do Patrimônio Arqueológico e Arquitetônico de Santo Ângelo está lutando para preservar os imóveis inventariados no território urbano do município de Santo Ângelo, mas infelizmente ocorrem sinistros desta natureza por falta de cuidado por parte dos proprietários e ações que fogem ao controle, a especialista disse que está tomando todas as medidas para o esclarecimento do fato. Thalis disse que a decisão anterior foi questionada, alegando que havia riscos para os pedestres.

 

Neste artigo

Participe da conversa