Conforme o boletim climático elaborado pelos Técnicos da UFFS – Campus Cerro Largo, a estimativa para o trimestre dezembro, janeiro e fevereiro na região das Missões é de poucas e mal distribuídas precipitações, pois a região está sob a influencia do fenômeno chamado La Niña. No entanto, o auge do processo se deu nos meses de novembro e dezembro. Estima-se agora que em janeiro e fevereiro, os acumulados de chuva fiquem dentro do normal para a região que é 143,5 mm e 165 mm, respectivamente, considerando a média climatológica de 1981-2010 apurada pela estação meteorológica de São Luiz Gonzaga/INMET.
Com relação às temperaturas, os modelos climáticos estimam para os meses de janeiro e março marcas acima da normalidade, devendo atingir valores próximos a 40°C. Destacou-se no mês de dezembro as elevadas temperaturas durante o dia e o fato de que as noites/madrugadas apresentaram temperaturas abaixo da normalidade, portanto, mais frias do que o normal. Os meteorologistas avaliam o cenário a partir da temperatura do Oceano Pacífico Equatorial e no Oceano Atlântico Sul, a TSM tem mostrado um aquecimento no litoral sul do Rio Grande do Sul e do Uruguai e as últimas rodadas dos modelos climáticos mantêm a influência da La Niña para todo o verão, com auge nos meses de novembro e dezembro (passados).
Diante de altas temperaturas e umidade baixa, a equipe técnica da Universidade reitera a recomendação de atenção especial dos produtores rurais ao conforto térmico animal (stress térmico por calor), especialmente de bovinos leiteiros, aves e suínos, que são cadeias muito importantes na região. O estresse por temperaturas elevadas pode causar severos prejuízos nestas atividades, impactando a produção diária de leite e o ganho de peso.
Embora tenha ocorrido pouca chuva, a diminuição da intensidade do fenômeno La Niña no início de 2022 segue como um sinal de esperança para a safra de soja. Caso sejam normalizadas as chuvas (como previsto) janeiro e fevereiro terão um cenário mais favorável para a produção agrícola.