Sábado 01/10/2011

“Acima de tudo, não esqueça de que encontrará o Mal e que ele vai lhe propor que apague a luz.  Não tenha a presunção de enfrentá-lo, escape pela...

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“Acima de tudo, não esqueça de que encontrará o Mal e que ele vai lhe propor que apague a luz.  Não tenha a presunção de enfrentá-lo, escape pela janela do céu. Se não, as trevas o engolirão.” J. Christian

Talvez você esteja, neste momento, sentado numa poltrona, cadeira,  cepo, ou coisa que o valha, mas o que importa isso – o que está embaixo de você!, pois você sabe que é o centro do universo. Porém, “…nunca esqueça de que encontrará o Mal”…E, quando isto acontecer, (e tenha a certeza de que acontecerá), lembre-se que o seu “universo” não pode ser apagado. Esqueça seus conceitos e “…escape pela janela do céu”.
Talvez sonhemos visitar lugares exóticos, misteriosos e invulgares, tocados por sentimentos de pura vaidade, curiosidade, ou mero prazer. – Num comportamento, não de um mero animal, de que possamos conjeturar – o que será que ele está vendo?, mas de um curioso, ignaro e crítico. Cabe-nos, então, a mesma pergunta se nos defrontarmos, por exemplo, com a esfinge de Gizé, no  Egito, em que se lê a inscrição:- “decifra-me ou devoro-te.” São enigmas ou charadas que nos convidam a uma profunda e respeitosa reflexão!
Se, como sabemos, as palavras têm alma e personalidade capazes de provocar grandes danos, que se dizer de monumentos que nasceram de sonhos multiplicados como resultado de palavras e projetos. Ali, certamente, jazem energias que nunca devem ser provocadas ou inundadas de olhares displicentes ou jocosos, pois desconhecemos o encantamento ou magia que encerram. E, muito menos tocá-los ou recolher fragmentos ou souvenires, cujo significado desconhecemos.
Você há de convir comigo que uma cidade em ruínas. Devorada pelos séculos. Certamente numa epopéia trágica. Povoada de sonhos, de sentimentos de ódio e de paixão – tudo ali sepultado. É quase que um cemitério abandonado e desconhecido. Lúgubre. Povoado de segredos, de mistérios impenetráveis. Cada escombro fala por si, pelo que devemos ter cautela e respeito. Pois, além do que vemos, haveremos de sentir a dor e o resgate cármico dos que ali sucumbiram.
Finalmente, transcendendo as formas e as aparências, isto é, indo além das mazelas de nossos corpos e nossos bens, haveremos de nos encontrar, face a face, com o Mal. Tal como costuma aparentar, belo, rapace e fugaz.  Fulminante como um raio, por quem, sem temor, devemos ter profundo respeito. Ele, certamente, nos fará um convite, então, nesse momento, haveremos de nos lembrar que há janelas no céu e por uma devemos escapar. Não importa o que há do outro lado, apenas que saibamos que é céu.

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