A didática das plantas

Conheça a experiência de vida de Dânia Maria Hannel, ativista ambiental que adota ações simples de cultivo que podem ser copiadas por qualquer pessoa. Atuou mais de 40...

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Dânia Maria Hannel ao fundo seus pés de couves e bananeiras

A experiência de vida de Dânia Maria Hannel forjou “um idealismo ambiental” que reflete no seu modo de vida, busca acumular o mínimo possível de coisas e cultivar suas plantas, hoje, colhe o fruto que brota em seu quintal, mas atuou mais de 40 anos como professora, tempo em que as plantas se tornaram instrumentos pedagógicos que, além de ensinar, contribuíram para a regeneração da natureza.

O cultivo das plantas cumpre um papel didático na vida de Dânia Maria Hannel. Ela possui licenciatura em ciências e atuou como professora em escolas de Ijuí, Santo Ângelo, Pelotas e Porto Alegre, em cada lugar que passou deixou projetos de hortas, jardins, plantio de árvores nativas, chás medicinais, reciclagem de materiais, coleta seletiva do lixo, entre outros projetos que fazem dela uma ativista em prol da regeneração dos ecossistemas.

Plantação de Morangos em canos de PVC
Plantação de Morangos em canos de PVC

Dânia está aposentada, tem 67 anos e nasceu na zona rural de Catuípe. Presenciou o ciclo de implantação da monocultura de soja na região das missões e assistiu o êxodo rural, bem como, o empobrecimento de parcelas da comunidade a que pertencia. Na sua percepção a economia baseada na monocultura de soja, além de expulsar as pessoas do campo, também reduziu o habitat natural de animais silvestres e a consequente redução de suas populações.

As plantas são consideradas, por ela, como agentes principais de um processo regenerador que pode ofertar segurança alimentar, emprego, renda e equilíbrio ambiental. São ações simples que podem ser copiadas por qualquer pessoa.

Plantio de cebolas em suportes reaproveitados de lâmpadas fluorescentes
Plantio de cebolas em suportes reaproveitados de lâmpadas fluorescentes

Dânia faz mudas de plantas que foram jogadas fora, otimiza o espaço urbano em que vive para produzir alimentos, para isso, aproveita canos de PVC, planta em pequenas floreiras onde produz tomate, mandioca, milho, banana, uva, morango, jabuticaba, acerola, entre outras, tudo feito de modo desordenado e com rotação de cultura. Assim, ela conta e afirma que consegue produzir alimentos para o seu dia a dia, pois com a variedade de plantas que frutificam, consegue colheitas que ajudam na sua nutrição.

Ingressou no magistério em março de 1975, na cidade de Ijuí, onde atuou na Escola Colmeia do Trabalho, ela conta que deixou uma floresta naquele lugar. Em Pelotas, trabalhou no Grupo Escolar Dr. Joaquim Assumpção e na Escola Dr. Berchon, junto com a sua disciplina de ciências conseguiu implantar uma horta, jardim, projeto de coleta seletiva de lixo, plantio de árvores e a construção de uma estufa. Mas faz uma alerta de que este tipo de tralho só rende resultados se houver a associação e união das pessoas, pois sozinho é muito difícil. Relata que sempre teve o apoio dos colegas professores e alunos.

Corredor com plantas ornamentais
Corredor com plantas ornamentais

“Em Santo Ângelo, na Escola Balão Mágico, fui a professora que eu podia ser” conta Dânia, ao afirmar que a metodologia aplicada pelos administradores da escola permitiam uma experiência única de construção do conhecimento.

Também atuou no Odão Felippe Pippi e finalizou a carreira no Madre Catarina Lepori, onde fez projetos que resultaram na construção de uma fonte, um horto de plantas medicinais, plantio em vasos e ladeiras. Dânia também foi notícia aqui no Mensageiro com a matéria que teve o título “Quando uma ação pedagógica ultrapassa os portões da escola”. Frases poéticas inscritas em placas artesanais implantadas em um trecho da Av. Venâncio Aires inspiram quem caminha ou passa por aquela via pública.

Dânia não atua mais como professora de escola, mas continua inspirando amigos a viver com simplicidade cultivando suas plantas, algumas delas recebem o nome de familiares e mostra o amor que conserva pela família de plantas e de humanos.

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Dânia Maria Hannel ao fundo seus pés de couves e bananeiras

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1 comentário

  1. Joseida Responder

    Que lindo esse trabalho. Que maravilhoso ver as pessoas sendo e defendendo o que amam. Parabéns pela iniciativa e coragem!!!