Sexta-feira – 24/12/2010

O homem e o cósmico“O devoto da verdade precisa esforçar-se tanto quanto possível para libertar sua mente de todas as ideias que ele possa ter adquirido pela hereditariedade,...

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O homem e o cósmico
“O devoto da verdade precisa esforçar-se tanto quanto possível para libertar sua mente de todas as ideias que ele possa ter adquirido pela hereditariedade, pela educação, pelas circunstâncias, ou por outros instrutores”. Burnier, R., in Aprendendo a Viver a Teosofia

Quando criança, sem males e sem peias, tinha um mundo imenso, cujos horizontes altiplanos beijavam os céus. Sem rádio, nem televisão, e raros livros, o pouco que sabia – e era tudo -, vinha dos meus pais e de algum diz que diz que na vizinhança. Como uma cunha, encravada entre Mercedes e Sarandi, Palermo fica no extremo norte de São Borja, onde nasci. O lugar parece sepultado no passado, mas tenho-o vivo na memória, onde também preservo amigos e a memória da labuta cotidiana dos meus pais.
No laboratório vivo do homem, há de se assentar suas primeiras façanhas, experiências e aprendizados – base de tudo o mais que depois virá. Então, foi nesse tempo que ouvi falar no tal de Papai Noel, que circundava o mundo vergado sob um saco de presentes, distribuindo-os a toda gente. No entanto – lembro – não era o presente que importava, mas a data que se comemorava – o nascimento de Jesus e a história marcante de sua vinda. Isto sublimava tudo, cujo clima dava azo à imaginação e grandiosidade da data. Desde então sentia existir um paradoxo entre a vinda do Filho de Deus e a figura do Papai Noel.
Sabemos que a Bíblia não nos revela o dia do nascimento de Jesus, mas alguma enciclopédia, como a Barsa, diz que o Natal é uma “festa cristã celebrada no dia 25 de dezembro, em comemoração ao nascimento de Jesus Cristo, incorporada ao calendário cristão pelo Papa Júlio I, no ano de 350 DC. Se o dia de nascimento de Jesus – sobre quem se alicerça toda a doutrina cristã – se perdeu nas brumas do tempo, impunha-se que a sua Igreja elegesse um dia para comemorar seu nascimento. E foi o que se fez, com a autoridade delegada pelo próprio Jesus, o que não deslustra a grandiosidade do evento.
Depois da, vamos dizer, eleição da data de 25 de dezembro como a do nascimento de Jesus, muitas outras igrejas foram erigidas, doutrinariamente, em seu nome, mas nem todas aceitam tal data como a de seu nascimento e não comemoram o Natal como festa cristã. Sabemos que Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro, mas elegemos esse dia para comemorar e honrar a sua vinda e estada em nosso meio, isso é o que importa, e nos alegra e sensibiliza. Mas o comemorar o Natal não nos insere na obrigação de dar presentes. Este dever está na Bíblia, mas nada a ver com a figura do Papai Noel, que teria sido criada também por iniciativa de um religioso –  São Nicolau – Arcebispo de Mirra. E que fique em nossos corações que: “Cada pessoa deve dar de acordo com o que resolveu no seu coração, não com tristeza ou por obrigação, pois Deus ama a pessoa que dá com alegria.” 2 Cor. 9:7. Seja Natal ou não. E que este evento, seja de alegrias e renovação de fé  e não motivo de preocupação pela obrigação de dar presentes, pois o dar não nos determina data, apenas disposição. 

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