Bácila Badwan Mustafá: Como prevenir as doenças cardíacas?

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As doenças cardíacas são responsáveis, no mundo, por um terço do total de mortes e se tornam um problema de saúde pública de primeira grandeza. Podem ser prevenidas evitando-se ou mantendo-se sob controle os seus principais fatores de risco: a obesidade, o tabagismo, o colesterol alto, o diabetes, o estresse e a hipertensão arterial. Cuidando da dieta (pobre em gorduras e em sal), fazendo exercícios físicos e evitando o estresse, já se está em um bom caminho para evitar os problemas do coração.
Segundo a médica cardiologista Bácila Badwan Mustafá, dentre as doenças cardíacas temos as hipertensivas, as isquêmicas, as cerebrovasculares, a febre reumática aguda, as reumáticas que afetam cronicamente o coração, a chagásica e as congênitas. “As isquêmicas coronarianas são as responsáveis por 30 % das mortes e incapacitações em nosso país. Daí a importância em sabermos como evitá-las. Existem fatores de risco que consideramos importantes pois são eles que levam a essas doenças”, disse.
Para a médica Bácila Mustafá, o tabagismo é o pior de todos. Quanto maior o número de cigarros consumidos por dia maior é a chance de se ter um infarto agudo do coração.
O diabetes melito – temido por todos – aumenta em 2 X nos homens e em 3 X nas mulheres o risco de infartar.
A hipertensão arterial sistêmica é uma doença onde inúmeros estudos comprovam a intensa relação do fato de ser hipertenso e as chances bem maiores de se ter um infarto, Além disso, ela pode levar ao acidente vascular cerebral, a insuficiência cardíaca e a insuficiência renal(o número de hipertensos em salas de hemodiálise tem aumentado).
Os antecedentes familiares devem ser revistos muito bem. Familiares jovens precisam se antenar da predisposição herdada para que possam adotar medidas preventivas precocemente não dando chances a aterosclerose.
A obesidade é importante pela forte relação com o aumento do colesterol, do diabetes e da pressão arterial e, que estão comprovadamente ligados às doenças arteriais coronarianas.
A dislipidemia onde mesmo que 80% dos pacientes infartados mostrados em um estudo tinham o colesterol normal, inúmeros estudos comprovam que o LDL aumentado  e o HDL colesterol baixo estão fortemente relacionados aos casos de infarto agudo do miocárdio.
O sedentarismo, através de múltiplos estudos nos últimos 35 anos nos mostram uma relação forte entre atividade física e doenças cardíacas, onde há grande redução do risco destas doenças naqueles moderadamente ativos.
Como as doenças cardíacas têm múltiplos fatores como origem devemos estimar o risco absoluto de uma pessoa vir a desenvolvê-los. Para isto existem os escores, onde o de Framingham é o mais usado na clínica diária. Soman-se os riscos e têm-se a % de risco de desenvolver doença arterial coronariana fatal ou não-fatal em 10 anos. As pessoas com maior risco são identificadas e selecionadas para intervenção no estilo de vida e, se necessário, intervenção com medicamentos. Quando você vai ao médico cardiologista ele faz este risco naturalmente e toma as medidas necessárias.
O estresse
Outro reconhecido fator de risco que propiciam as doenças cardiovasculares é o estresse, também reconhecido como tensão emocional. Na verdade, o estresse é definido como a capacidade natural do indivíduo para reagir às situações de perigo, preparando-se para enfrentar ou fugir, sendo assim fundamental para a sobrevivência humana no seu ambiente primitivo, de constantes ameaças. Sob tensão, o organismo libera hormônios, como a adrenalina, que alertam o sistema nervoso sobre o perigo, mas também perturbam a estabilidade do organismo. A adrenalina provoca o aumento dos batimentos cardíacos e da pressão arterial, podendo resultar em um ataque cardíaco.
Este fator de risco ataca indiscriminadamente qualquer pessoa, mas prevalece com mais intensidade no cidadão de grandes centros urbanos. Preocupações com a família, pressões diárias, excesso de trabalho, risco de desemprego, trânsito, falta de dinheiro, falta de segurança, desilusões amorosas são alguns dos desencadeadores desta reação primitiva e tão danosa.
Associado a outros fatores, ele pode contribuir para o aparecimento de doenças como a hipertensão arterial, doenças do coração, gastrite, úlcera e alguns tipos de câncer.
Quem tem problemas no coração ou pressão alta, deve evitar o estresse, que agrava a situação e dificulta o tratamento. Alguns especialistas chegam a afirmar que o estresse, associado às condições de vida, é responsável por quase metade das doenças de coração. Eles recomendam que se procure identificar o motivo da tensão, examinar as atividades em casa e no trabalho, planejar melhor a vida, evitar prazos curtos para terminar tarefas e muitos compromissos no mesmo dia. Além disso, sugerem que não se tente fazer tudo sozinho, que se peça ajuda e que se reserve tempo para fazer as refeições com calma.

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