A fotografia é o registro do reflexo da luz que incide sob o cotidiano santo-angelense na tarde de quarta-feira, dia 22, às 17h e 45 mim. Formado por momento único em que a conjuntura climática proporciona o contraste das edificações e ao fundo grossas nuvens que partem para longe do município.
Não foi escolhido o ângulo, o local e nem mesmo o equipamento para realizar tal registro. Os elementos do enquadramento se apresentaram e um celular barato foi o suficiente para realizar o congelamento do instante luminoso. Por certo, quem em local privilegiado estava com equipamento melhor pode realizar combinações de elementos, explorar dimensões e enquadramentos diferentes e, quem sabe, realizar um retrato mais interessante do ponto de vista fotográfico. Caso tenha feito uma fotografia neste mesmo dia e horário envie para a redação. (marcosdemeneghi@gmail.com)
No entanto, é possível extrair lições do retrato cotidiano. A primeira delas diz respeito à sobrecarga de estímulos que recebemos, frutos do ritmo contemporâneo de viver, onde determinados contextos, que poderiam deixar a vida agradável e menos estressante passam desapercebidas ou são ignoradas, a luz do entardecer não é registrada por um cérebro sobrecarregado, leia mais no caderno viver deste Sábado.
Outra lição pode ser extraída da reflexão em torno dos recursos técnicos usados para realizar o registro da fotografia, bem como o modo que ele chega até as tuas retinas, em apenas duas cores, preto e branco. A popularização de aplicativos que modificam as cores das fotos não substituem os conceitos básicos da fotografia. Se ela é o registro de um instante de luz, quanto mais luz melhor, o contraste em equilíbrio proporciona uma visualização que define melhor a silhueta dos elementos da foto, portanto, não é o equipamento e, nem mesmo, os filtros que fazem a plástica de uma foto e sim as propriedades da luz, o enquadramento e a perspectiva, aliados ao olhar de quem fotografa, a mensagem que ela traduz, é claro.