Santo Ângelo vive um isolamento aéreo

816 0

A estagnação das obras do aeroporto mobilizou as lideranças locais, que, na tentativa de buscar soluções, realizaram uma coletiva de imprensa para expor as consequências que o isolamento aéreo pode causar para Santo Ângelo e para a região. Na tarde de segunda-feira, dia 11, os setores da saúde, educação, turismo, política e empresarial trouxeram para o debate público, questões vivenciadas diariamente que impactam diretamente na rotina de cada setor representado na coletiva realizada na sede da CDL.
O primeiro a compartilhar informações foi o presidente do Hospital Santo Ângelo, Bruno Hesse. Um dos principais argumentos lançados é que o hospital de Santo Ângelo é uma referência regional e realiza procedimentos de alta complexidade. Segundo o administrador, já vivenciou neste tempo de isolamento aéreo, casos em que órgãos não puderam ser doados, impedimento ou atraso em reparos de equipamentos hospitalares, que em geral são realizados por técnicos especializados. O administrador conta que existe a necessitam trazer profissionais de fora do estado, e até, vindos de outros países, além disso, médicos que se deslocam da capital pra realizar cirurgias não podem usar o transporte aéreo e, muitas vezes, ficam impossibilitados de assumirem compromissos em santo Ângelo. Presente na coletiva o diretor do hospital da Unimed Cesar augusto Bellinaso, que confirmou as informações e também trouxe contribuições.
O Diretor da URI, campus de Santo Ângelo, Gilberto Pacheco  e do diretor do CNEC/Iesa, Julio Cesar Lindermann, também expuseram questões relacionadas ao cotidiano da comunidade acadêmica. Tanto a recepção, quanto, a transmissão do conhecimento por meio de palestras e seminários fica prejudicada, pois não conseguem liberar professores para viagens mais longas e, ao mesmo tempo, não é possível recepcionar determinadas autoridades do conhecimento, visto o isolamento aéreo que santo Ângelo vive.
No turismo o secretário Marcos Mattos também se pronunciou, lembrou que possuímos o único patrimônio histórico da humanidade no sul do País e afirmou que a rede hoteleira local estima uma quebra de 40% no faturamento.
A vice-prefeita falou em aeroporto das Missões, unindo seu discurso aos empresários que defendem a liderança regional, suplantada pela localização estratégica de Santo Ângelo, que há anos, já conquistou a liderança regional e abriga sede de entidades estaduais e federais com representação em Santo Ângelo. Além disso, os empresários representados pelo presidente da CDL, Wilson Pippi Junior, pelo vice, Henrique Weinert e pelo presidente da Acisa, Carlos Ely Junior, foram unânimes em afirmar que é impossível continuar avançando sem romper a barreira imposta pela falta de transporte aéreo, pois santo Ângelo está no centro de organizações como AMM – Associação dos Municípios da Missões (25 municípios) Amgsr – Associação dos Municípios da Grande Santa Rosa (20 municípios) AMUCELEIRO Associação dos Municípios da Região Celeiro do Rio Grande (21 municípios); Amuplam Associação dos Municípios Planalto Médio (12 municípios), entre outras entidades representativas que encontram em Santo Ângelo uma referência geográfica.
Kurt Jaime Frantz proprietário de uma oficina de aeronaves dentro da área do aeroporto, disse que o diálogo deve ser aprofundado, pois o aeroporto não possui meios de realizar abastecimento das aeronaves, não tem esteira e raio X para a verificação de bagagens e nem mesmo, abrigo adequado para fluxo maior de passageiros.

 

Seinfra vai manter Cotrel no Aeroporto de Santo Ângelo

A secretaria de Infraestrutura e Logística (Seinfra) reviu a decisão de substituir a empresa responsável pelas obras no Aeroporto de Santo Ângelo. A medida chegou a ser anunciada no início de agosto devido à baixa execução e o não cumprimento do cronograma estabelecido em junho deste ano através de contrato com o Governo do Estado.
Depois de uma reunião nesta segunda-feira em Porto Alegre e de um pacto estabelecido com a Cotrel, a empresa comprometeu-se a desempenhar adequadamente as funções para as quais foi contratada. A medida foi tomada para evitar que um novo trâmite fosse iniciado, causando mais demora ainda ao andamento das obras.
Na tarde de segunda-feira a Cotrel levou máquinas para a área do aeroporto, na promessa de reinício da obra.

 

Neste artigo

Participe da conversa