A população da cidade produz mais lixo durante a quarentena

Durante a pandemia a produção de lixo familiar aumentou em Santo Ângelo e os cooperados da Associação Ecos do Verde percebem a falta de cuidado com a separação...

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Martiane Nicoletti - Foto: Divulgação da Ecos do Verde
Martiane Nicoletti – Foto: Divulgação da Ecos do Verde

Em época de pandemia mais pessoas estão em casa, mais alimentos são preparados e como consequência a geração de lixo doméstico aumentou. A constatação é da Associação Ecos do Verde, um grupo de 40 associados que trabalha na separação e destinação de resíduos sólidos em Santo Ângelo. Além disso, durante a quarentena a população não está observando a separação do lixo orgânico e inorgânico (seco e molhado), e como consequência, o lixo está chegando todo misturado na usina de reciclagem.

Os associados do Ecos do Verde recebem os materiais descartados pela população e os reaproveitáveis em condições de separação são prensados enfardados e vendidos para a indústria da reciclagem.

Quantidade de material reaproveitado

Dados recentes da associação indicam que são reaproveitados 130 toneladas de materiais mensalmente, são embalagens de produtos de limpeza, de refrigerantes, plásticos e papéis diversos e mais recentemente a Ecos do Verde está recebendo o lixo eletrônico.

Os eletrônicos são recebidos entre 8h e meio-dia e das 14h às 18h na sede da entidade que está localizada na Rua São João Batista, 764, no Bairro Oliveira, próximo a Redemaq. Embora neste período de quarentena a Associação esteja trabalhando de portas fechadas, ainda assim, os eletrodomésticos e eletroeletrônicos podem ser levados até lá que serão recebidos.

O lixo recolhido de casa em casa

Todo lixo doméstico recolhido de casa em casa é levado até uma usina de separação de lixo localizada no antigo aterro sanitário de Santo Ângelo. Lá o lixo dos sacos e sacolas é despejado em uma esteira e com o olhar atento dos cooperados é feita a separação do que é passível de reaproveitamento.

Mesmo com o aumento do descarte de material que poderia ser reaproveitado durante a quarentena, houve uma queda de 10% no valor arrecadado pelos cooperados de Santo Ângelo, um dos motivos, está em função da redução do ritmo da indústria, o preço pago pelo material está mais baixo, disse a presidente da Ecos do Verde Martiane Nicoletti.

Totalmente misturado

Existe outro fator que influencia no que os colaboradores da Ecos do Verde conseguem dividir no final do mês, durante a quarentena o lixo orgânico e o inorgânico está chegando totalmente misturado na usina. Dito de outro modo, a população está misturando o lixo seco com o molhado.

“Esse material está vindo muito misturado, totalmente misturado” disse Martiane, a população ainda não tem o hábito de separação e cria mais dificuldade para o trabalho destas pessoas, pois, contamina materiais com potencial de reaproveitamento.

O maior erro, na constatação da Martiane, está em colocar restos de erva mate, papel higiênico, cascas de frutas e legumes e alimentos no mesmo saco onde estão os papéis, embalagens plásticas etc..

Trabalho na usina em tempos de pandemia

A presidente a associação afirma que os cooperados estão mais cautelosos neste período, estão usando máscaras proteção facial, usando óculos e luvas, além disso o material de higienização está ao alcance de todos para qualificar a limpeza das mãos quando em contato com materiais diversos.

“As pessoas também estão mais solidárias” disse Martiane que enumerou as ações solidárias que já alcançaram os trabalhadores da reciclagem,, durante a pandemia ganharam material de higiene e limpeza, máscaras, cestas básicas, marmitas, entre outras ações realizadas por voluntários e entidades políticas e civis.

Os representantes da associação pedem que a população busque informações sobre os dias e horários, nos quais são recolhidos cada tipo de lixo (úmido e seco), pois a grande quantidade de lixo misturado desestimula o trabalho e ainda reduz a capacidade de reaproveitamento dos materiais.

 

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