“Barril de pólvora permanente”

“Central” é um filme documentário que revela a realidade do sistema prisional brasileiro. O público santo-angelense poderá conferir a obra gratuitamente na URI, a sessão será na sexta-feira,...

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Central - O poder das facções no maior presídio do Brasil - Direção: Tatiana Sager - Codireção: Renato Dornelles - Produção: Beto Rodrigues e Tatiana Sager - Produção Executiva: Beto Rodrigues e Raquel Sager - Roteiro: Tatiana Sager, Renato Dornelles e Luca Alverdi - Direção de Fotografia: Pedro Rocha - Trilha Sonora Original: Everton Rodrigues - Montagem: Luca Alverdi e Ricardo Zauza - Desenho de Som e Mixagem: André Sittoni
Central – O poder das facções no maior presídio do Brasil – Direção: Tatiana Sager – Codireção: Renato Dornelles – Produção: Beto Rodrigues e Tatiana Sager – Produção Executiva: Beto Rodrigues e Raquel Sager – Roteiro: Tatiana Sager, Renato Dornelles e Luca Alverdi – Direção de Fotografia: Pedro Rocha – Trilha Sonora Original: Everton Rodrigues – Montagem: Luca Alverdi e Ricardo Zauza – Desenho de Som e Mixagem: André Sittoni

Na próxima sexta-feira, dia 9, o documentário Central – O poder das facções no maior presídio do Brasil, dirigido pela jornalista Tatiana Sager e com roteiro e codireção de Renato Dornelles, terá uma exibição única na cidade de Santo Ângelo, com uma parceira entre a produtora Panda Filmes e o curso de psicologia da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI . O documentário está na sua 10ª semana de exibição e já levou mais de 15 mil pessoas aos cinemas. Por duas semanas, Central foi o filme nacional mais visto em todo Brasil.
Filmado no Presídio Central de Porto Alegre – considerado em 2008 o pior do país pelo Congresso Nacional e um dos piores da América Latina pela Organização dos Estados Americanos (OEA) –, o longa-metragem denuncia problemas comuns à maioria das cadeiras públicas brasileiras, que vão muito além da superlotação. As cenas expõem flagrantes de esgoto a céu aberto, consumo livre de drogas nas galerias e tráfico de armas. Facções criminosas ditam as regras dentro e fora da cadeia, o que se reflete nos índices de criminalidade das cidades gaúchas, além de trazer à tona a singularidade da maior unidade prisional do RS: a convivência dos detentos em galerias sem grades.
A partir de depoimentos de policiais militares, autoridades, como o juiz Sidinei Brzuska, da Vara de Execuções Criminais de Porto Alegre, o promotor de Justiça Gilmar Bortolotto, e o sociólogo Marcos Rolim, familiares e presos, o filme desnuda as diversas faces de uma mesma história, procurando expressar a autenticidade de um mundo que corre à margem, mas que está absolutamente integrado à nossa estrutura social. Muitas imagens do filme foram gravadas pelos próprios detentos, condição imposta pelos presos para que fossem captados vídeos diretamente das galerias – espaços nos quais nem os guardas têm acesso.
O documentário é inspirado no livro Falange Gaúcha – a história do Crime Organizado no RS, de Renato Dornelles. Para os realizadores, o documentário pretende ser, ao mesmo tempo, um instrumento de impacto social real que dá luz à engrenagem que move todo o funcionamento do sistema penitenciário, dentro e fora da cadeia, e de denúncia das condições degradantes que levaram o Presídio Central a ser considerado o pior do Brasil e definido como a “Masmorra do Século 21” pela CPI do Sistema Carcerário do Congresso Nacional.
Premiações
O documentário recebeu os prêmios de Melhor Documentário de Língua Portuguesa no FESTin – Portugal (2016), de Melhor Documentário no 33° Prêmio Nacional dos Direitos Humanos de Jornalismo (2016) e de Finalização FAC-RS (2014). Além de ter participado da seleção oficial do Florianópolis Audiovisual do Mercosul (FAM), em Santa Catariana (2016), e do DocMontevideo, no Uruguai (2016), da Mostra Panorama do Festival Visões Periféricas, no Rio de Janeiro (2016) e da Mostra Gaúcha do Festival de Cinema de Gramado, no RS (2016).

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