Alta tensão: Para onde vai e de onde vem?

A Eletrobrás - Eletrosul mantém uma das mais importantes subestações do Estado do Rio Grande do Sul em Santo Ângelo. A série energia explica a função deste subsistema...

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O coração da subestação são os transformadores que elevam a tensão para transmitir a eletricidade em longas distâncias, sem perdas no caminho, os transformadores da subestação Santo Ângelo da Eletrobras Eletrosul trabalham com folga, estão longe de operar com sobrecarga.
O coração da subestação são os transformadores que elevam a tensão para transmitir a eletricidade em longas distâncias, sem perdas no caminho, os transformadores da subestação Santo Ângelo da Eletrobras Eletrosul trabalham com folga, estão longe de operar com sobrecarga.

Antes de tudo é necessário entender que a eletricidade é produzida sob demanda, as usinas por exemplo, neste exato momento em que você faz a leitura do jornal, estão produzindo somente a energia que está sendo consumida nos centros urbanos por indústrias, estabelecimentos, residências, inclusive pela tua lâmpada, pois em larga escala, não há como estocar eletricidade.

O segundo passo é saber de onde vem a energia do sistema. O SIN – Sistema Interligado Nacional é hidro-termo-eólico, com predominância de usinas hidrelétricas e com múltiplos proprietários. Ou seja, os cabos de transmissão de grande porte (que tecnicamente constituem a transmissão básica) são energizados por eletricidade hidráulica (força da água 65,2%), carvão (3,6%), biomassa (8,2%), eólica (6,8%), solar (0,1%), gás natural (10,5%), derivados de petróleo (3%) e nuclear (2,5%). ( Fonte – Balanço Energético Nacional – 2018 do Ministério de Minas e Energia).
É importante saber também que o Rio Grande do Sul não é auto-suficiente na geração de energia, esta carência é suprida por eletricidade produzida em outros estados. O Gerente do Centro Regional de Manutenção da Eletrobras – Eletrosul em Santo Ângelo, Luciano Neves Bordin, esclarece que é possível considerar que a Hidrelétrica de Itaipu seja responsável por suprir esta demanda, no entanto é necessário entender que todas as principais geradoras estão interligadas e o fluxo de energia pode vir de qualquer lugar.

 

A subestação de Santo Ângelo
A Subestação Santo Ângelo da Eletrobras/Eletrosul entrou em operação em dezembro de 1999. Foi construída em tempo recorde e implantou um projeto de engenharia inovador no Rio Grande do Sul, a subestação da companhia é totalmente digitalizada e na época, foi considerada um marco de superação das equipes de trabalho e de eficiência na gestão.
Para Compreender a função desta subestação e do SIN – Sistema Interligado Nacional é necessário distinguir três processos que são: Produção, Transmissão e Distribuição de energia.
A subestação da Eletrobras Eletrosul em Santo Ângelo opera somente na transmissão e está interligada a conversora de Garabi (Garruchos), Subestação de Itá, SC, Subestação da CEEE em Santo Ângelo, Subestação Missões de São Luiz Gonzaga, Subestação da CEEE em Santa Rosa e Subestação CEEE em Maçambará.
Para o SIN funcionar são necessárias as subestações, tanto aquelas que elevam, quanto as que baixam a voltagem. Para transmitir eletricidade a tensão é elevada, para distribuir para os usuários é necessário baixar a tensão. A Subestação Santo Ângelo é considerada estratégica no sistema de transmissão no Sul do Brasil, possuindo transformadores que trabalham com a voltagem de 525.000 volts e de 230.000 volts.

Eletrobras Eletrosul (70) (Copy)
As torres de transmissão também conduzem cabos de fibra óptica. O sistema de comunicação tem alta capacidade, 80 gigabits por segundo (Gbps), que além de atender as necessidades da própria empresa, permite a comercialização no atacado. São mais de 10 mil quilômetros de fibras

Porque ela foi criada
Na década de 90 a Eletrobras Eletrosul estava na iminência de ser privatizada, a falta de planejamento estratégico para o setor energético brasileiro, bem como a falta de investimento neste setor no Rio Grande do Sul contribuia para um contexto de desabastecimento energético e apagões. Foi então planejada a subestação de Santo Ângelo. Depois deste período muita coisa mudou, atualmente o planejamento é feito com 10 anos de antecedência e foi justamente nesta proposta que entrou em funcionamento a Subestação da Eletrosul Eletrobras em Santo Ângelo.
Vale ressaltar que a Subestação Santo Ângelo só opera na transmissão básica, sendo que, outras subestações pertencentes a RGE, CEEE, CERMISSÕES, entre outras, são as que baixam a tensão da energia elétrica para distribuí-la para as residências, fábricas, empresas ou entidades de qualquer ramo. Mesmo depois de baixar a tensão da energia para a distribuição nas subestações ela ainda é muito alta para consumir nas residências, por isso existem os transformadores nos postes da sua rua que, no caso de Santo Ângelo baixam a tensão para 220 volts.

Unidades produtoras
A produção energética que flui para o SIN pode ser feita por empresas de capital privado, misto, cooperativas ou totalmente públicas. A distribuição e comercialização são reguladas pela ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica e envolve complexos acordos que se instrumentalizam por meio de leilões de energia, cumprimento de metas, suprimento de demandas, até a venda direta para os consumidores.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) adota três classificações para as produtoras hidráulicas: CGH – Centrais Geradoras Hidrelétricas (com até 1 MW de potência instalada), PCH – Pequenas Centrais Hidrelétricas (entre 1,1 MW e 30 MW de potência instalada) e UHE – Usina Hidrelétrica de Energia ( com mais de 30 MW).
Cada uma destas produtoras tem uma capacidade de fornecimento de energia e isso determina sua hierarquia no sistema, PCH – Pequenas Usinas Hidrelétricas tendem a produzir energia para consumidores finais e, toda usina que produz acima de 30MW, está no Sistema Interligado Nacional (SIN), seja ela pública ou privada. A Subestação Santo Ângelo da Eletrosul recebe esta energia e tem a capacidade de dimensionar a tensão para impulsioná-la a grandes distâncias, com o mínimo de perdas.

As torres de transmissão também conduzem cabos de fibra óptica. O sistema de comunicação tem alta capacidade, 80 gigabits por segundo (Gbps), que além de atender as necessidades da própria empresa, permite a comercialização no atacado. São mais de 10 mil quilômetros de fibras

A elaboração deste conteúdo contou com a colaboração do Gerente do Centro Regional de Manutenção, Luciano Neves Bordin. Que gentilmente recebeu nossa reportagem para explicar a função desta Subestação da Eletrobras Eletrosul que localiza-se na Linha Buriti - Cruzamento Atafona interior de Santo Ângelo. Atualmente são 9 técnicos sediados na Subestação Santo Ângelo e que atendem uma região de até 200 quilômetros, segundo Luciano Bordin são pessoas que estão preparadas para atuarem, sempre que necessário, independente de horário, pois no ramo de transmissão de energia podem ocorrer imprevistos e mudanças nos protocolos de transmissão e produção. “É importante que as pessoas saibam que os postes e torres não brotam nas ruas e campos, existe um trabalho feito pelos técnicos que estão dia e noite zelando pela energia que alimenta as cidades”.
A elaboração deste conteúdo contou com a colaboração do Gerente do Centro Regional de Manutenção, Luciano Neves Bordin. Que gentilmente recebeu nossa reportagem para explicar a função desta Subestação da Eletrobras Eletrosul que localiza-se na Linha Buriti – Cruzamento Atafona interior de Santo Ângelo.
Atualmente são 9 técnicos sediados na Subestação Santo Ângelo e que atendem uma região de até 200 quilômetros, segundo Luciano Bordin são pessoas que estão preparadas para atuarem, sempre que necessário, independente de horário, pois no ramo de transmissão de energia podem ocorrer imprevistos e mudanças nos protocolos de transmissão e produção. “É importante que as pessoas saibam que os postes e torres não brotam nas ruas e campos, existe um trabalho feito pelos técnicos que estão dia e noite zelando pela energia que alimenta as cidades”.

 

 

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