Hoje é o dia dos mestres, o dia dos professores

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Repartir o que temos seria a forma mais avançada de fraternidade. O professor é um exemplo de altruísmo intelectual. Sua finalidade de absorver conhecimentos é reparti-los com os discípulos. Afinal, ensinar é uma tarefa que exige muita responsabilidade e, em consequência, o professor tem um trabalho constante para atualizar e para preparar as aulas. “Ser professor, pela minha experiência de 48 anos com alunos, é muito mais missão do que profissão. Por isso, professor é aquele que sabe transmudar-se a cada passo que o tempo ou o lugar exigem, e adequar-se, ele mesmo, a constantes e novas aprendizagens”, salienta o professor Mário Simon, 72 anos, natural de Carazinho/RS, filho de João Alfredo Simon e Amélia Isidora Basso Simon, que, além de professor, é um dos maiores escritores gaúchos, autor de oito livros, alguns já na quarta edição.
Mário Simon
Para o mestre Mário Simon, a paixão pela leitura e a arte de escrever surgiu por influência familiar, pois antes dos 10 anos de idade ele já costumava rabiscar pequenas peças de teatro que traduziam leituras ouvidas em sua casa e na escola. “Mas foi no Seminário, em Vale Vêneto, que definitivamente passei a escrever para sempre. O meu curso era o clássico, voltado para as ciências humanas. E leitura, muitíssima leitura de todos os autores disponíveis na literatura portuguesa e dos grandes clássicos da literatura universal”, disse.
Pedro Osório do Nascimento
Ensinar é uma tarefa muito importante. O progresso de um país depende da cultura de um povo. “Alguma causa deve ter influenciado em minha vida, quando pequeno, para eu me tornar professor. Há 50 anos, havia a ideia de formar uma faculdade de Direito em Santo Ângelo. Eu, ainda jovem, advogado, recém-formado em Direito, fui convidado para ser professor neste ideal que, no ano seguinte, nasceu a Fadisa”, lembra, detalhadamente, o professor Pedro Osório do Nascimento, 84 anos, natural de Tupanciretã (na época  uma Vila de Cruz Alta/RS), filho de Militão do Nascimento e Silva Sobrinho e Hermelinda de Oliveira e Silva (sobrinha do General Firmino de Paula e Silva, primeiro Intendente de Santo Ângelo/RS), que concluiu a faculdade de Direito na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) no ano de 1959, de onde veio para a Escola Técnica de Comércio Sepé Tiaraju lecionar “Direito Usual” no período de 1959/1960. “Já no primeiro ano da Fadisa, trabalhei como professor e passei a amar esta profissão. Recordo-me que trabalhamos no primeiro ano como Curso Livre do Direito e somente no ano seguinte conseguimos com que o curso fosse reconhecido, período em que todo o ano letivo e o processo seletivo fossem repetidos. Eu lecionava a disciplina de Teoria do Estado”, explica.
Além da experiência como professor da Fadisa, Pedro Osório do Nascimento foi por dois mandatos vereador de Santo Ângelo/RS, assumiu a presidência da Câmara Municipal de Vereadores. No Dia do Professor, celebrado na data de hoje, 15 de outubro, os alunos têm por dever dedicar-se a um pouco de reflexão para saberem se estão correspondendo ao sacrifício do mestre e se estão entendendo o significado de sua missão.
Artur Hamerski
“Escolhi esta profissão fazendo um teste vocacional. Estudando. Não foi um sonho de infância. O sonho de infância era ser padre. O sonho de ser professor nasceu quando eu tinha 26 anos. Fiz vestibular na Fundames em 1969 e comecei o curso de Letras em 1970. Depois fiz a plena no Dom Bosco, em Santa Rosa/RS, em 1976. De 1979 a 1981 estudei na PUC/RS, Mestrado em Teoria Literária. Comecei o Doutorado e parei até hoje. Um dia vou retomá-lo”, assim define o início de sua carreira como professor o mestre Artur Hamerski, 67 anos, filho de Sczepan Aloisius Hamerski e Malvina Waszkiewicz Hamerski, natural de Linha Mila Norte, zona rural de São Paulo das Missões/RS. É professor desde 1972.
Professora há 27 anos, Dinalva Agisse Alves de Souza, 57 anos, natural de Dom Pedrito/RS, iniciou dando aulas para o ensino fundamental. Apesar de também ter habilitação em Língua Inglesa, optei pela Língua Portuguesa, à qual passei a me dedicar intensamente por meio de estudos e pesquisas. “Minha paixão pela língua surgiu muito cedo, quando eu ainda era aluna, descobrindo forte afinidade e expressiva facilidade para compreender as estruturas subjacentes à linguagem. Quando chegou a hora de escolher o curso superior, eu não tive dúvidas: escolhi Letras, optando pela profissão do magistério, com a qual me identifiquei intensamente. Considerando que todos os profissionais de todas as áreas têm suas primeiras formações nas escolas, os professores deveriam, por isso, ser respeitados e, consequentemente, por esse fator valorizados. Ao contrário, os professores ganham pouco e não são reconhecidos como alguém que é decisivo para o processo de formação dos sujeitos”, disse.
A educação, sem dúvida, passa por uma crise de valores, com alunos desmotivados, professores mal pagos e desorientados quanto ao valor de seu trabalho na engrenagem social. Como cabe às escolas e aos professores o desenvolvimento de habilidades e competências de seus alunos, é preciso que haja uma transformação de todo o entorno da educação. É preciso que a família e a sociedade denotem à educação e a seus profissionais o seu merecido valor social, ensinando seus filhos e seus cidadãos a respeitar a pessoa do professor por tudo que ele representa no processo de formação escolar e acadêmica das crianças e dos jovens.

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