Os adoradores de quadrinhos ainda não têm um santo protetor. Mas bem que poderiam escolher o santo-angelense Douglas Renato Wehle, 52 anos, como o verdadeiro “Rei dos Gibis”, as famosas revistinhas em quadrinhos que encantaram gerações no mundo inteiro.
A Coleção de gibis é uma das mais comuns de todo o mundo. Os colecionadores de gibis são famosos por conseguirem peças únicas, exemplares que já deixaram de existir e há muitos anos foram se perdendo pelo tempo em fundos de gavetas, esquecidos em armários ou rasurados pelo tempo.
Desde a adolescência Douglas Wehle foi um amante dos gibis, fato que o propulsionava a inventar que estava doente como desculpa para ser presenteado pela mãe com alguns exemplares de gibi. “Desde o ano 2000, trabalho com a comercialização de gibis raros, comprando, vendendo e através de trocas. O meu público alvo são os colecionadores, jovens que gostam de desenhar e, timidamente, alguns adolescentes”, conta.
Hoje, o “mestre das coleções” é o dono da “Banquinha dos Gibis”, localizada na Rua Conde de Porto Alegre, na zona norte de Santo Ângelo, onde o cliente encontra raridades a partir de R$ 1. “Os gibis que eu possuo, entre os mais difícieis de encontrar, os quais possuem um preço diferenciado são os do Conan, Os Vingadores, Super-Homem, Asterix, Mandrake, X-Men, O Fantasma, Homem-Aranha, Hellboy, Batman, entre outros”, revela.
Muitos destes gibis são oriundos de doações, compras, trocas e através de um intercâmbio que o santo-angelense Douglas mantêm com colecionadores no Estado de São Paulo. “O carro-chefe desta coleção são os gibis raros, os quais têm uma comercialização muito boa, e aqui em Santo Ângelo possuo um grande número de clientes, eis que há muitas pessoas que gostam de colecionar raridades. Também possuo diversos gibis da Argentina, um tanto desconhecidos por aqui,”, conta.
A “Banquinha dos Gibis” conta com milhares de exemplares para comercialização. O diferencial é que o cliente pode escolher os gibis todos os dias, eis que a banca funcionada todos os dias, de domingo a domingo. “Durante a semana trabalho no horário comercial, já no sábado o horário é estendido um pouco mais devido à tamanha procura dos clientes. Aos domingos, a banca fica aberta até o meio-dia, proporcionando um melhor atendimento aos clientes”, diz Douglas.
Outras raridades
Além de gibis, a “Banquinha do Gibi” é um acervo impressionante para quem é amante da literatura. São livros de Direito, Psicologia, Filosofia, Literatura Estrangeira, Literatura Nacional, Literatura Rio-Grandense, Auto-Ajuda, Espiritismo, Ficção Científica e Romances. Há de tudo um pouco. Desde Umberto Eco a Érico Veríssimo. De Machado de Assis a Rachel de Queiroz. De William Shakespeare a Fernando Pessoa. “O grande lance da banca sempre foram os gibis, porém de um tempo pra cá também comecei a trabalhar com livros. São livros de diferentes gêneros e de gostos distintos”, conta.
Além dos livros, também há as seções de revistas antigas. São décadas de histórias divididas entre as estantes. “Possuo as revistas Superinteressante, SET, Trip, Vip, Placar, Rock, Rolling Stone, Ciência, entre outras raridades”, conta Douglas.
Aos amantes do cinema, o local oferece centenas de outras novidades através dos filmes em VHS e DVD, todos originais. São diversos títulos famosos, muitos difícieis de encontrar hoje em dia, no formato VHS, como, por exemplo “Hair”, “Gigi”, “The Wall”, “Mad Max”, “Christiane F…”, “2001 – Uma Odisséia no Espaço”, “Beleza Americana”, “Forrest Gump”, “Batman”, entre outros.
São diversas raridades na “Banquinha do Gibi” de Douglas Wehle. É um local que o cliente/colecionador encontra gibis, revistas, filmes, livros e os antigos discos de vinil. A loja está localizada na Rua Conde de Porto Alegre, 963, e atende pelo telefone (55) 9124-5889.
Histórias em quadrinhos
Batman, Mickey, Super-Homem, X-Men… Humm…difícil dizer qual a melhor. São todos legais! Mas você já parou para pensar como é o seu personagem predileto e o que ele faz para lhe agradar tanto?
Adultos e crianças lêem gibis em todo o mundo. Não existe nenhum lugar do planeta onde os gibis não chegaram! Com textos traduzidos para os mais diversos idiomas e personagens marcantes, elas são mesmo amadas e consumidas em toda a parte!
Os gibis nasceram em Nova York, nos Estados Unidos, no final do século XIX, da disputa entre dois jornais norte-americanos. Em 1894, os editores do “The New York World” acharam que elas poderiam ajudar a vender mais jornal e decidiram publicar, pela primeira vez em cores, uma página inteira. Em 1896, o jornal concorrente, o “Mornig Journal”, passou a publicar um suplemento semanal com oito páginas. Esses dois jornais deram o pontapé inicial aos gibis no mundo.
A revistinha tal como a conhecemos hoje foi inventada em 1933. Era um tipo de livro com uma encadernação muito barata, presa por grampos e foi inicialmente distribuída como brinde. Depois, passou a ser vendida. A preço baixo, fácil de ler e de acompanhar, inspirada em personagens populares. Essa foi a fórmula de sucesso dos gibis.
Os gibis no Brasil
Em 1905, foram publicados os primeiros gibis no Brasil, na revista “O Tico-Tico”, que circulou até o começo da década de 1960. No início, circulavam histórias estrangeiras traduzidas e adaptadas por artistas brasileiros. O famoso Chiquinho, por exemplo, era uma cópia adaptada de “Buster Brown”, um personagem norte-americano.
Mas os nossos desenhistas começaram a criar seus personagens e surgiram figuras genuinamente nacionais, como “Reco Reco”, “Bolão e Azeitona”, de Luís Sá. De lá para cá, muitos artistas brasileiros investiram na criação de personagens infantis. Os mais famosos são os da “Turma da Mônica”, de Maurício de Sousa, e a “A Turma do Pererê” e “O Menino Maluquinho” de Ziraldo.
Enfim, os personagens de gibis costumam ter um perfil marcante, tanto físico como de personalidade. São bons ou maus. Vivem nas nuvens, sonhando ou estão sempre prontos para a ação. Divertido!