Moradores relatam que a população de urubus aumentou na zona urbana de Santo Ângelo, no entanto, não há nenhuma evidência ou pesquisa que comprove este fato. Um morador da zona norte do município afirmou que estas aves estavam invadindo as sacadas de apartamentos e teve trabalho para afugentá-los.
Os urubus têm má fama e o comportamento pode causar desconforto para síndicos e proprietários de prédios residenciais, pois é uma ave de grande porte e tem o hábito de comer animais e frutas em decomposição, mas este mesmo hábito que gera a má reputação do urubu é considerado pelos pesquisadores um importante trabalho de limpeza ambiental.
Servidores da Secretaria Municipal de Meio Ambiente não registraram nenhuma ocorrência envolvendo as aves, mas, não é novidade o trânsito dos urubus entre prédios urbanos da cidade e até mesmo na torre da nossa catedral.
O aumento da população urbana de urubus pode estar associada a oferta de alimento neste espaço, ou até mesmo o desmatamento nas áreas periféricas que obrigam a migração das aves. No entanto, são somente especulações, pois não há pesquisa sobre os urubus na cidade de Santo Ângelo.
Uma tese de doutoramento em Biologia/ Ecologia, apresentada ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA),estudou o ambiente frequentado por duas espécies de urubus em Manaus (AM),detectando que os Urubus-de-cabeça-preta (os mesmos vistos em Santo Ângelo) estavam associados a componentes que fornecem grande quantidade de alimento, tais como lixeiras e riachos (igarapés) poluídos. A seleção de locais para uso como dormitórios por urubus-de-cabeça-preta também foi diretamente influenciada pela proximidade de áreas onde há grande oferta de alimento.
Outro interessante resultado, relacionado à ecologia comportamental, foi a demonstração do uso do calor liberado por chaminés de usinas termelétricas como um artifício para ascensão do voo por urubus, auxiliando o movimento dessas aves entre dormitórios e locais de alimentação, bem como aumentando o tempo de atividade diária delas.
