Agricultores de 23 municípios liderados pela regional Missões da Fetag realizaram um ato público em defesa do SUS na última terça-feira, dia 23. A concentração inicial foi na Praça Pinheiro Machado e depois foi feito um abraço simbólico no Hospital Santo Ângelo. Os trabalhadores rurais seguiram em passeata até a frente da 12ª Coordenadoria Regional de Saúde. O Representante regional da Fetag, João Prestes, pediu “um olhar responsável para a situação dos hospitais e da saúde pública no Estado” e as afirmativas estavam escritas nos cartazes “O SUS está na UTI”. “Não queremos esmola! Queremos o nosso direito!”. O ato ganhou apoio de entidades e políticos locais. Nos discursos em frente a Catedral Angelopolitama as declarações alertavam para o risco de perder direitos historicamente garantidos pela constituição.
Os representantes da FETAG e dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais que promoveram o evento falaram em suas narrativas que a situação da saúde pública é dramática em decorrência da redução nos repasses de recursos públicos do Estado para os municípios e o atraso no pagamento dos serviços prestados pelos Hospitais.
Ocorreram 12 atos semelhantes em todo o Rio Grande do Sul e as manifestações foram nos municípios de Pelotas, Osório, Lajeado, Santa Cruz do Sul, Cachoeira do Sul, Santa Maria, Passo Fundo, Ijuí, Cruz Alta, Santo Ângelo, Santa Rosa e Bagé. Hoje ocorre em Caxias do Sul.
O presidente da FETAG, Carlos Joel da Silva, conta que em cada uma das Coordenadorias Regionais de Saúde, foi entregue um documento que retrata a apreensão da FETAG com o descaso das autoridades à saúde. “Os atos não são contra ninguém, mas sim a favor da saúde pública no Rio Grande do Sul. O SUS, por exemplo, está perdendo a qualidade e a referência. E desta forma, a saúde deixa de ser prioridade dos governos”, completa.
Os motivos para a execução dos atos:
– Falta e o não-repasse de recursos pontuais às Secretarias Municipais de Saúde;
– Inexistência de prestação de contas do dinheiro público por parte de alguns hospitais e clínicas;
– Defasagem na tabela de atendimentos prestados pelo Sistema Único de Saúde (SUS);
– Aplicação dos recursos destinados à saúde em outras áreas; e,
– Falta de recursos voltados à Atenção Básica, que é o pilar sustentador da saúde pública.