Sábado 17/09/2011

Alguns perguntam se a expressão extrema direita tem hífen ou não. Depende. A posição futebolística tem hífen: jogador de extrema-direita e de extrema-esquerda. O plural dessas expressões é...

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Alguns perguntam se a expressão extrema direita tem hífen ou não. Depende. A posição futebolística tem hífen: jogador de extrema-direita e de extrema-esquerda. O plural dessas expressões é extremas-direitas e extremas-esquerdas. E se a expressão se referir à tendência política? Daí não tem: Santo Ângelo possui políticos de extrema direita e de extrema esquerda.  A tendência política, repetindo, não tem hífen. Há mais expressão com o termo extrema com hífen? Há mais uma: extrema-unção. O plural é extremas-unções.
Querem saber se depois de palavras negativas se usa qualquer. Não, depois de palavras negativas não se usa qualquer. Veja-se esta frase: Não há qualquer perigo de enchente em Santo Ângelo. Frase correta? Não. Não porque depois de palavras negativas se emprega nenhum. A frase em foco, para ser correta, deve ser escrita deste jeito: Não há nenhum perigo de enchente em Santo Ângelo. O mesmo vale para as demais palavras negativas. Vejam-se estas frases corretas com palavras negativas: Não há nenhum perigo de dengue na região missioneira. Ao deputado José Otávio Germano, ninguém fez, nem mesmo o Detran, nenhum favorecimento fraudulento. Esse deputado, como ele diz, nunca armou nenhuma operação fraudulenta. Repete-se a explicação: Depois de palavras negativas se emprega nenhum ou nenhuma; não se emprega, portanto, qualquer ou quaisquer.
Desejam solucionar a dúvida em relação a sinônimos. A propósito, se amante e amásio possuem significados semelhantes. Amante e amásio são semelhantes apenas no sentido de que um homem casado tem outra mulher. No mais, diferem. Amante não se separa da mulher nem dos filhos para coabitar com outra mulher. Mantém a família direito, mas esconde a nova companheira. Dom Pedro I, por exemplo, tinha muitas amantes. E amásio, por sua vez, deixa mulher e filhos para coabitar com a nova parceira. Aproveitam o momento para tirar a dúvida nesta dupla de palavras: cobra e serpente. Essas palavras têm de semelhante isto: são ofídios. No mais, diferem. Cobra é qualquer ofídio, venenoso ou não, e serpente é ofídio venenoso, ou seja, cobra venenosa. Foi uma serpente [e não uma cobra], está na Bíblia, que no Paraíso tentou Eva. Também foi uma serpente [e não uma cobra], está no filme, que matou Cleópatra.
Querem saber ainda os femininos de alguns nomes, isto é, se o feminino de coronel é coronel ou coronela. É coronela. Se o feminino de soldado é soldada. É. Mas a mídia só usa a coronel e a soldado. Pode?  Se ginete tem feminino. Tem. É gineta. Tanto no masculino quanto no feminino o e tem pronúncia fechada: ê. Se o feminino de sapo é rã. Não. O feminino de sapo é sapa. Rã é epiceno: rã macho e rã fêmea. Se o feminino de elefante é elefoa ou aliá. Nem elefoa nem aliá. É elefanta. Elefante não se acasala com aliá. Aliá é feminino de um elefante menor, pequeno, comum no Sri Lanka. E, por fim, querem saber se a expressão todo mundo está correta. Não. Todo mundo exige o entre todo e mundo. Expressão correta é todo o mundo. Tanto com poucas pessoas, quanto com todas as pessoas do mundo. E se é correto escrever Nova York. Não. As duas palavras devem ser escritas em português: Nova Iorque. Fácil de memorizar: Ninguém escreve nova-yorquino, mas nova-iorquino.

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