Choveu 416 mm em junho e no mês de julho 374 mm, a soma alcança 790 mm. Este volume é bem acima da média histórica (110 para junho e 175 para julho) e tento em vista o cenário climatológico a equipe técnica da Emater de Santo Ângelo está atenta aos fenômenos. Pois as chuvas acima da média e a falta de luz podem impactar no desenvolvimento das culturas de inverno. Há relatos de alagamentos pontuais nas lavouras, do avanço moderado do leito dos rios sob as plantações e também é percebido pelos técnicos o escoamento superficial de águas que pode contribuir para a perda de nutrientes do solo.
“Isso é preocupante tanto sob o ponto de vista econômico, pois o solo e os insumos acabam sendo carreados, quanto sob o ponto de vista ambiental, pois as lavouras com pouca cobertura vegetal e solo compactado permitem que a terra vá para dentro dos rios e riachos, bem como, não acumulem água nos lenções freáticos” revela a extensionista da Emater Márcia Dezen e complementa argumentando que a infiltração da água no solo depende de uma boa cobertura vegetal e estruturação do solo.
“O dano pode não ser mensurável, mas existe” afirma a Márcia e em relação as lavouras de trigo o solo encharcado também cria dificuldade para o manjo, como aplicação de nitrogênio por cobertura. “Certamente que o excesso de chuva impacta nos cultivos, pastagens, lavouras de grãos e também em hortas onde se cultiva em campo aberto”
Outra alerta é que a umidade excessiva atrapalha no manejo dos bovinos de leite, pode aumentar a ocorrência de mastite. No entanto, ela pondera dizendo que ainda é um período de observação e avaliação, pois as plantas também podem ter efeito de recuperação. Tudo depende do clima e do manejo subsequente que o produtor adotará e a situação climática das próximas semanas.