O que seria um problema urbano se torna uma solução para a criatividade de um morador do Bairro Vera Cruz em Santo Ângelo. Proprietários de terrenos baldios emprestam os lotes para a produção de alimentos orgânicos no município. Conheça esta pequena história que encontramos nas ruas e faz parte do cotidiano da cidade.
Sob a garoa fina de terça-feira, às 8h, passava pela Rua Sepé Tiarajú, próximo da estação rodoviária em Santo Ângelo, Sr. Wilmar Muller, 71 anos. Conduzia um carrinho de mão onde encontramos mandioca descascada, milho verde, semente de milho caiano e batata doce.
São alguns dos produtos que Wilmar planta e comercializa, ele reside no Bairro Vera Cruz e três vezes por semana, nas terças, quintas e sábados, prepara os seus produtos e ainda faz a entrega a domicílio, vende para clientes fixos e também para pedestres na rua.
Mas e a chuva e o frio Seu Wilmar? “É bom pra saúde! Se o cara fica parado tranca os nervos e o sistema sanguíneo não circula”. Ele conta que não se importa com o frio e a chuva, inclusive considera um benefício para sua saúde. “Planto uns terrenos lá no Bairro Missões, você sabe onde é? Pergunta seu Wilmar. Ao todo são seis lotes urbanos que ele mantêm livre de ervas daninhas e deixa-os produtivos. Em troca o dono do lote ganha a limpeza do terreno e ainda são presenteados com alimentos orgânicos. Ele conta ainda que planta em uma pequena porção de terra na zona rural do município, na localidade de Rincão dos Mendes.
O excedente da produção, Wilmar Muller comercializa, ganha uns trocados, mantem a saúde em dia e principalmente ajuda conservar a cidade limpa. Por fim, contribui para a sustentabilidade do planeta de modo alternativo e contemporâneo.
