O período de seca avança e agrava a situação de 150 famílias que trabalham na produção de leite em Santo Ângelo. Estima-se que nos últimos 30 dias a falta de chuva já contribuiu para uma redução de 40% no volume de leite produzido. As pastagens estão impróprias para garantir o alimento dos animais e hidratar o rebanho se tornou um desafio para as famílias rurais, que já contabilizam as perdas.
Além da queda na produção de leite que é estimada em 40%, o custo para manter o rebanho aumentou, pois a falta de pastagem precisa ser compensada com outros tipos de alimentos, como a silagem e a ração.
A sede dos bovinos também é um problema, pois antigas vertentes e córregos estão secos e manter os animais hidratados é um desafio para quem vive desta atividade em Santo Ângelo. Já foram abertos 60 bebedouros com o auxílio de máquinas e a Secretaria Municipal da Agricultura está monitorando o problema, 15 produtores ainda espetam o socorro da prefeitura.
Santo Ângelo está em situação de emergência, conforme um decreto assinado pelo prefeito no dia 20 de março. Ontem, dia 31, foi instalado o comitê de enfrentamento à estiagem, liderado pela Prefeitura, através da Secretaria Municipal da Agricultura.
O Coordenador do Setor de Agroindústria e Associação de Agricultores na Secretaria Municipal da Agricultura, Diomar Formenton, divulgou uma avaliação elaborada por entidades ligadas ao setor agrícola, neste texto são expostos os valores que indicam o volume de recursos geridos pelo setor leiteiro (primário) no município. No período avaliado de 30 dias, ocorreu a redução de 792.000 litros de leite, que representa uma perda de R$ 950.400,00 para o setor.
Segundo o levantamento realizado, são percebidos também, prejuízos no rebanho bovino de corte, com redução do ganho de peso corporal, baixos índices reprodutivos, bem como, no desenvolvimento dos animais.