A mulher e o cómico (1)

“Não se pode perguntar agora se a paz mundial é uma possibilidade, pois ela é uma absoluta necessidade. Sem fraternidade, cooperação e paz, a humanidade pode cessar de...

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“Não se pode perguntar agora se a paz mundial é uma possibilidade, pois ela é uma absoluta necessidade. Sem fraternidade, cooperação e paz, a humanidade pode cessar de existir”. Radha Burnier, pensadora, filósofa, escritora e Pres. Internacional  da S. Teosófica
Resquícios da história nos intuem que, antes da antiga civilização egípcia, houve um império comandado por mulheres, onde os homens eram considerados seres subalternos e servis, pois a fonte da vida eram as mulheres e, por isso, tidas em alta consideração, respeito e, conforme sua posição, até veneradas.
Sabemos de todos os polos civilizatórios do planeta que o tempo e o poder levam os líderes a se corromper, e com isso contaminá-lo e enfraquecê-lo, dando azo a que povos submetidos lancem seus “olheiros” na descoberta dos inconformados e gananciosos que vivem a espreita do poder, recorrendo à corrupção e traição para alcançar seus objetivos.
Nas constantes incursões e alianças das tribos subjugadas, houve uma necessidade progressiva da entrega do comando das forças repulsoras aos homens, que foram se popularizando e firmando sua posição de líderes, chegando ao poder pelo império da necessidade, da vontade popular ou, se não, dos seus contingentes armados.
Desde que as mulheres foram instadas a entregar o comando das tribos, nações ou impérios aos homens, elas foram subjugadas a tal ponto de serem segregadas dentro de sua própria pátria – se assim pode ser dito -, sendo submetidas, execradas e enclausuradas nos seus lares,  como seres incapazes, não confiáveis e impuros.
A história é negra com relação ao tratamento dado às mulheres quando decaíram do poder e foram submetidas aos homens que, talvez num recalque secular pela posição inferior que ocupavam, perpetuaram um tratamento perverso às mulheres que, quando escapavam do poder do pai, caíam noutro pior, não raro, mais algoz e tirano – o do marido.
O poder e o homem sempre estiveram ligados ao clero. E, entre eles, havia uma cumplicidade terrível contra o povo, que era “massa de manobra” aos interesses de ambos, onde, as principais vítimas eram as mulheres e as crianças. – Aquelas usadas para satisfazer os desregramentos e desejos lúbricos dos homens,  enquanto estas sofriam as consequências desse meio.
Os séculos afloraram a luz e, com ela, também a mulher desabrochou, como no charco as flores o embelezam e multiplicam a flora. E, nessa multiplicidade, ela abriu espaço, passando a liderar em muitas atividades, ocupando posições igualitárias com os homens. Assim foi Radha Burnier – citada no introito -, que desde 1980 vinha exercendo a presidência internacional da Sociedade Teosófica até seu falecimento em 31.10.1913, vivendo a grande aventura da vida como exemplo de mulher e líder espiritual, a quem tributamos nossa profunda gratidão pelo exemplo libertário de vida a ser seguido.

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