Para o Professor Nelson Knak Neto, coordenador do curso de Engenharia Elétrica da URI, campus de Santo Ângelo, os hábitos de consumo da energia elétrica e a eficiência energética dos equipamentos são fatores tão importantes quanto as questões que envolvem a geração, transmissão e distribuição da eletricidade.
Entre um mate e outro, os acadêmicos de Engenharia Elétrica da URI estudam os mesmos temas da série “Energia”, claro, com mais aprofundamento e diversidade. Antes do início das atividades estes futuros engenheiros eletricistas enchem as garrafas térmicas com água quente dispensada por aquecedores espalhados pelo campus da Universidade. Neste caso a energia utilizada para aquecer a água do chimarrão é a eletricidade.
Identificando
focos de desperdício
Para gerar conhecimento científico acerca deste tema, o Professor Knak Neto iniciou em agosto, deste ano, uma pesquisa para detectar focos de desperdício de energia e avaliar a eficiência energética de aparelhos instalados no campus da URI em Santo Ângelo.
Com este estudo de caso e os dados que serão coletados, o professor pretende promover a conscientização para um consumo mais racional e apresentar soluções de eficiência energética, evitando o desperdício da energia.
A pesquisa já está gerando resultado. O professor Nelson Knak Neto adiantou, com exclusividade para a nossa reportagem, que já detectou aparelhos e hábitos que geram desperdício. Em cada um dos prédios da universidade foi instalado um aquecedor de água de chimarrão, apelidado de “quentinhas”.
Foi detectado que os aquecedores de água mantém o líquido quente durante períodos que não há consumo. A partir deste diagnóstico, já é possível engenhar soluções de eficiência energética, como por exemplo, instalar um temporizador para acionar o equipamento somente nos horários de consumo, explica o professor e pesquisador Nelson Knak Neto.
Água quente
No Rio Grande do Sul cerca de 30% de toda eletricidade produzida é gasta com aquecimento de água, claro que não é só para o chimarrão, mas para o banho, pois o chuveiro é um dos vilões de consumo no âmbito doméstico.
Outro luxo que os gaúchos não abrem mão é lavar a louça com a água quente no inverno e a torneira elétrica tem se tornado um hábito, além disso, o uso das chaleiras elétricas também está sendo incorporado na hora de esquentar a água do chimarrão.
Knak Neto lembra que existem outros modos de aquecer a água, um deles é utilizar o calor do sol, inclusive esta metodologia já é utilizada pelas pessoas com o uso de placas de aquecimento solar e reservatórios térmicos de água.
O uso racional da energia também passa pela tecnologia embarcada nos produtos, as lâmpadas de led são exemplos de como a troca de tecnologia pode produzir o mesmo efeito com menor consumo, lembra o professor ao falar da eficiência energética.
Na opinião deste pesquisador a consciência de consumo é um dos fatores que precisa avançar muito entre as pessoas de um modo geral. “Investimos muitos recursos em pesquisa e desenvolvimento de novos sistemas de geração de energia, porém pouco se discute sobre os modos que essa energia é utilizada”. Somente com base no conhecimento será possível refletir sobre mudanças de hábitos de consumo, propor a diversificação da matriz energética e o investir no melhoramento das tecnologias.