Movimento de Schoenstatt iniciou ha 50 anos em Santo Ângelo. Na sexta-feira, dia 18, sábado, dia 19 e domingo, dia 20, são realizadas atividades alusivas ao jubileu, entre elas, peregrinações, celebrações e visitações em locais que são referência histórica e espiritual do movimento de Schoenstatt em Santo Ângelo e no Rio Grande do Sul. O ponto alto da celebração é realizado na sexta-feira, dia 18, às 19h, quando Pe Ottomar, fundador do movimento local, realiza uma Celebração Eucarística na Tenda dos Peregrinos no santuário Tupãcyrendá, localizado na estrada de acesso ao Distrito de Buriti. A celebração também será presidida pelo Padre Rogério e aberta a toda a comunidade.
Na sexta-feira, dia em que completa 50 anos, os membros do movimento realizam uma peregrinação com início às 15h. Locais que constituem a história do movimento, como o Colégio Marista de Santo Ângelo, o porão da residência do Sr. João Basso e a Ermida que foi o ponto inicial no terreno do atual santuário serão visitados na peregrinação.
No entanto, a programação se estende até o dia 20, pois no sábado e domingo na cidade de Itaara e Santa Maria, seguem as peregrinações, orações e encontros que marcam os 50 anos do Movimento de Schoenstatt em Santo Ângelo.
A história
O Santuário de Schoenstatt da diocese de Santo Ângelo recebe o nome indígena de Tupãcyrendá. Na linguagem Guarani significa: Tenda da Mãe de Deus. (Tupã – Deus, Cy – Mãe, Rendá – Tenda). Teve o início das atividades em 18 de julho de 1964, quando o Padre Ottomar Schneider reuniu o Professor Benedicto Felix e mais cinco alunos: Eduardo Basso, Wilson da Rosa Wilges, Denizard Freitas, Henrique Brabik e Nerci Redin para formarem, juntos, o movimento que valoriza uma aliança de amor com “Maria, Mãe de Deus” iniciado na Alemanha e difundido em varias partes do mundo.
Mais tarde, em 1967, as reuniões eram realizadas no porão do Sr. João Basso, pai de Eduardo Basso. O porão foi referência para o grupo até 1988 quando foi adquirido o terreno em que hoje está construído o santuário no município de Santo Ângelo, localizado na Rodovia Elóy Nelson Pedrazza, nº 100 – Estrada para o Distrito de Buriti.
Até o ano de 1996 uma ermida que na época foi encravada em meio a lavouras no local adquirido para o santuário, se fez referência e significa o empenho dos membros para manter viva a chama espiritual que seria consagrada na construção do santuário como hoje é conhecido. Wilson da Rosa Wilges lembra que o esforço do grupo para iniciar a construção do local, desde as árvores que compõe o cenário, se mantém representado naquela Ermida que ainda é mantida no mesmo ponto inicial.
Porém, hoje a história é outra. O Santuário de Schoenstatt em Santo Ângelo é referência internacional. Wilges afirma que poucos movimentos alcançam 50 anos de fundação. No entanto, as atividades do Santuário Tupãcyrendá estão em ascensão.
As atividades do Santuário Tupãcyrendá
No ano de 2013 o local recebeu a visitação de mais de 98 mil peregrinos. Para oferecer infra-estrutura para os visitantes, conta com a Tenda dos Peregrinos, uma construção com espaço para celebrações, loja de artigos religiosos, refeitório, cozinha, salas de reunião e apartamentos com capacidade para 25 camas. A infra-estrutura da tenda é utilizada também por outros movimentos religiosos como o EMAUS, RCC – Renovação Carismática Católica, JEM – Juventude em Movimento, entre outros.
O local é aberto à visitação de segunda a segunda. Durante o inverno das 8h às 18h e no verão das 8h às 20h. No dia 18 de cada mês é realizada a Missa de Renovação da Aliança, às 19h. No Santuário existe o Memorial dos Heróis, onde também pode ser encontrada a Taça de Fogo, em seu interior contém uma esfera representando o Globo. No dia da celebração mensal esta taça recebe todos agradecimentos e pedidos deixados na ânfora do Santuário. Uma fogueira é acessa e enquanto as chamas consomem o material, todos aqueles que se empenharam nas causas do movimento são lembrados pelos presentes.
No dia 12 de outubro é comemorado anualmente o aniversário da sagração do Santuário, com a Romaria Diocesana do movimento, e que, neste ano festeja 18 anos e o centenário de fundação da obra em 1914.
O Movimento de Schoenstatt
Existem seis santuários de Schoenstatt no Rio Grande do Sul, 23 no Brasil e 200 em todo o mundo. O movimento iniciou há 100 com o Padre José Kentenich e jovens seminaristas na Alemanha. Em uma capela abandonada em Vallendar, uma “Aliança de Amor” que se baseia na simbologia de “Maria mãe de Deus” foi iniciada por aquele grupo, que acreditava em um movimento de renovação religiosa e moral do mundo em Cristo por Maria. Durante a primeira guerra mundial o movimento ganhou força inclusive entre os jovens soldados.
Acredita-se que os devotos são agraciados com abrigo espiritual em seu coração, a transformação interior e a fecundidade apostólica. Do mesmo modo que os membros do movimento recebem o acolhimento materno, devem retribuir com amor, esforço, oração e trabalho em benefício das pessoas que também procuram o mesmo acolhimento. Princípio que é chamado de “Capital de Graças”. O movimento ganhou força em todo o mundo e conta com 200 santuários.
Hoje o Schoenstatt possui uma estrutura celular que se organiza em “Ramos”: JUFEM – Juventude Feminina, JUMAS – Juventude Masculina, Liga das Mães, Liga dos Homens, e Obra dos Casais. No Rio Grande do Sul encontramos santuários de Schoenstatt em Santa Maria, Santa Cruz do Sul, Porto Alegre, Santo Ângelo, Frederico Westphalen e Itaara. Padre José Kentenich 1885 – 1968 anunciou Maria ao mundo focado na obra de Jesus para que o seu ensinamento resultasse no “Homem novo na nova comunidade”.