Santo-angelense Helmut Rosenthal: Amor à antiguidade

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Ter orgulho das origens, investigar a história dos avós, pais e da família em geral não é uma tarefa das mais fáceis. Exige tempo, dedicação, pesquisa e paciência; enfim, uma série de elementos que nem todos se dispõem a fazer. Entretanto, alguns ainda reverenciam os seus antepassados, inclusive buscam na história muito dos seus aspectos atuais, como, por exemplo, gostos e aspirações. E nesta completa entrega, fundamentada no amor à sua própria história, encontramos  o santo-angelense Helmut Rosenthal, um advogado com duas outras graduações (Ciências Contábeis e Administração) e apaixonado confesso pela cultura alemã.
Seus antepassados eram imigrantes alemães, vindos da região de Hamburgo no ano de 1912. Os demais parentes vieram em 1924, para estabelecerem suas moradias e cultivarem suas terras. Desta forma, nasceu o núcleo da família Rosenthal no Brasil. A família que se estabeleceu em Santo Ângelo/RS e outras cidades da região, cresceu, e, aos poucos, ganhou espaço em outras cidades, Estados e até em outros  países.
Todavia, o marco inicial no Brasil ficou e agora Helmut busca compilar a história da família, bem como de outras famílias de imigrantes alemães e criar o inédito “Museu do Imigrante Alemão” na Capital das Missões. “Sinto a falta de um lugar que conte a história desses precursores no Estado. Vi apenas um museu com este foco na região, porém quero criar um espaço maior e mais completo, englobando inúmeros objetos de uso cotidiano dos primeiros alemães que pisaram no Rio Grande do Sul”, revela Helmut Rosenthal.
Reunindo todo o acervo familiar, que conta com objetos com mais de 100 anos, muitos trazidos por seus parentes da Alemanha, ele também relata que ganha muitas coisas de amigos e até de visitas.  Até em “ferros velhos” já realizou buscas destes “tesouros históricos”. Possuindo utensílios intrigantes, como uma forma de fabricar velas, máquinas fotográficas do início do século XX, bem como arados e objetos usados no campo, além de navalhas, relógios “cucos”, sendo que ele possui até placas de identificação,  oriundas de um tempo em andar de bicicleta ou carroça era necessárioo seu uso, sob o risco de ter o mesmo recolhido pela polícia. Todavia, o espaço onde estão sendo acondicionadas estas peças já está completamente lotado. “Eu sou um amante da história, principalmente a que envolve minhas origens e da imigração alemã. Em minhas incursões pelas peças já fui em lojas de usados, ferros velhos, acervos particulares, entre outros. Infelizmente vejo muitas pessoas que não têm respeito pelo passado, jogam estes objetos fora, quebram, tratam como se ali não estivesse cristalizada verdadeiras sagas de vida”, relata Helmut.
Os planos de Helmut para o futuro são iniciar o espaço para a implementação do “Museu do Imigrante” sendo este um local todo voltado para a cultura, que visa atingir o público estudante, sendo que para isso, será aberto por meio de agendamentos prévios, sem cobranças de ingressos para a visitação.
-“Realmente este projeto será muito válido para nossa cidade e, principalmente, para nossa comunidade que nem sempre sabe como era o dia a dia daqueles que muitas vezes desbravaram o interior do nosso Estado em nome do progresso. Peço que as pessoas que tenham alguma peça, utensílio em qualquer estado de conservação e quiser doar ou deixar em comodato, por favor, entre em contato pelo telefone (55) 3312-6891, com certeza estará contribuindo para a formação cultural da juventude”, finaliza.

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1 comentário

  1. lauro da costa lima Responder

    É a partir de iniciativas como essa, que gerações futuras conhecerão e aprenderão muito sobre a verdadeira história de pioneiros que corajosamente desbravaram regiões, até então, inóspitas para aqueles que já conheciam e desfrutavam de algum conforto, nos longínquos lugares de onde vieram para o nosso país. Parabéns, Sr. Helmut. Sucesso!