Uma queda d’água localizada há 4 quilômetros da Catedral Angelopolitana é mais um exemplo do potencial hídrico de Santo Ângelo. A área na qual está localizada pertence a URI – Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e Missões, campus de Santo Ângelo.
É um local de preservação permanente em plena zona urbana do município e protegido por lei. Tendo como ponto de partida a Praça Pinheiro Machado, são necessários 15 minutos se o deslocamento for de bicicleta.
O registro fotográfico foi realizado na tarde de quinta-feira, dia 2, no auge da estiagem. Prova que, a nascente que dá origem a este curso de água é perene, pois a baixa incidência de chuva na região das Missões, que inclusive secou nascentes e córregos no município, não foi suficiente para interromper o fluxo de água e uma vigorosa queda pôde ser registrada para a série.
O biólogo Peter William Santos do Aguiar afirma que a área, por apresentar terreno declive, mantem fluxo permanente d’água armazenada das chuvas e nascentes acima de sua extensão.
OLHAR DE UM BIÓLOGO
O curso hídrico em questão tem foz no Rio São João. O biólogo Peter W. Santos Aguiar fez uma série de estudos daquela região e destaca a necessidade de preservar este lugar, ou seja, evitar atividades que não estejam de acordo com a conservação da flora e da fauna nativa.
Peter revela que naquela área existem duas quedas d’água e classifica como uma região úmida contendo vegetação típica de borda de riacho. “São muitas plantas herbáceas, mosaicos de samambaias nativas, taioba e taquaras. Desenvolvem-se ali muitas espécies de trepadeiras, aroeiras e caliandras, planta essa, muito vista no local, pois ela gosta de umidade e se adapta muito bem em áreas onde ha fluxo de água”.
Por outro lado, o biólogo lembra que o crescimento das atividades do agronegócio e das cidades influenciam nos fatores de conservação da natureza e este local, principalmente nas décadas anteriores, já recebeu muitas intervenções, a exemplo disso, árvores que tinham importância econômica foram extraídas e pouco restou.
Consequentemente, a natureza se recompõe e hoje observa-se uma vegetação mais baixa e jovem, que aos poucos está crescendo. Contribui para a conservação o relevo irregular e as leis de preservação, mesmo assim, as cargas de agrotóxicos e a presença do homem são de grande ameaça a restauração e manutenção da flora e fauna do lugar.
Dentre as espécies arbóreas as mais destacadas são da família Myrtaceae, pitangas, cereja-do-rio-grande, guabiroba, sete-capotes, guamirim, chal-chal entre outras. Essa família deve se destacar em números de espécies, devido seus frutos serem apreciados bela fauna da área/região.
Dentre outras espécies de plantas frutíferas destacam-se Jerivás, Butiás, Araticum, Laranjeiras, Limoeiros e Ingás, nascidos ao acaso devida a presença continua de animais e humanos na área. O biólogo destaca ainda que é comum encontrar cedros, guajuviras, camboatã, rabo-de-bugio, angicos, ipês etc.
Em certos pontos as samambaias (Blechnum brasiliense) cobrem todo o solo, principalmente nas áreas onde há riqueza de material orgânico. As samambaias são marcantes por toda área, é comum observá-las em solo ou ‘penduradas’ nas pedras e arvores.
“A família de plantas Commelinacea tem uma expressiva observação por toda costeira do riacho, devido a essa família estar associada a umidade, o Gênero mais encontrado é o das trapoeraba que inclui varias espécies. Epífitas rupícolas, ex; Bromélias, Tillandsias, Gravatás, Peperômias e Orquídeas.” informou Peter.