Um exemplar da espécie Guapuruvu faz parte da história da praça Pinheiro Machado, e depois do último vendaval que ocasionou o tombamento de uma Tipuana, tornou-se ainda mais imponente e percebido naquele espaço público, principalmente por possuir uma história particular de recuperação que foi protagonizada por um dos mais influentes biólogos gaúchos e brasileiros, José Lutzenberger.
O Guapuruvu é uma planta de rápido crescimento e por este motivo é considerada ótima para reflorestamentos de áreas degradadas de preservação permanente em composições mistas.
O Guapuruvu recebe o nome científico Schizolobium excelsum vog e o exemplar da espécie só se mantêm na praça porque foi submetido a uma intervenção denominada dendrocirurgia, procedimento aplicado pelo Biólogo José Lutzemberger, inclusive um totem de identificação foi implantado, próximo dela, informando a relação com este ambientalista que tem atuação reconhecida em todo o Brasil, inclusive internacional.
A técnica de Dendrocirurgia, segundo informações do professor Luiz de Queiroz da Escola superior de Agricultura da USP, cumpre o objetivo de recuperação de árvores maduras por meio da eliminação de tecidos e partes defeituosas ou necrosadas, especialmente da região do tronco, com posterior desinfecção com fungicidas e preenchimento das cavidades com material estruturante com o intuito de sustar a progressão da lesão ou propiciar cicatrização do tecido.
Esta espécie, segundo informações botânicas disponíveis no site http://www.tropicaltimber.info/, é rara ao longo de encostas íngremes, e topos de morros, e bastante frequente nas planícies aluviais ao longo de rios. Nas depressões das encostas chega a formar densos agrupamentos. Prefere as matas abertas e capoeiras, sendo rara na floresta primária densa. É uma árvore nativa da América e possui distribuição natural em florestas litorâneas, desde o sul da Bahia até o Rio Grande do Sul, sendo comum em capoeiras e roçadas. Vem desde o sul do México e América Central.
Quanto ao Biólogo José Lutzemberger, vale saber que foi considerado um ícone da causa ecológica no Brasil, criou a Fundação Gaia, dedicada à promoção de um modelo de vida sustentável, presidindo-a até sua morte em 2002. Para este ambientalista, “a ecosfera não é um simples sistema homeostático, automático, químico-mecânico. O planeta Terra é um ser vivo, um ente vivo com identidade própria, o único de sua espécie que conhecemos.”
José Lutzemberger foi um porta-voz do movimento ambientalista brasileiro no exterior. Tinha um sólido preparo intelectual e científico, o que lhe possibilitou sustentar consistentemente suas teses. Vale uma busca no Google, ou em obras do gênero, para conhecer mais sobre a biografia deste ícone da ecologia. Gaúcho de Porto Alegre, mas com reconhecida atuação nacional, inclusive, em 1990 foi convidado pelo presidente Fernando Collor de Melo para assumir a pasta do Meio Ambiente.